Empresa de Elon Musk capta US$ 10 bilhões para impulsionar inteligência artificial com modelo Grok
A corrida pela dominação da próxima geração de inteligência artificial (IA) alcançou um novo marco com a xAI, a companhia fundada por Elon Musk, anunciando a captação histórica de US$ 10 bilhões. Este montante, proveniente de dívida e capital estratégico, tem como objetivo a construção de um dos maiores centros de dados do mundo e o desenvolvimento do modelo Grok, que promete rivalizar com tecnologias como GPT-4 e Claude.
A operação foi liderada pelo Morgan Stanley, que destacou a confiança na visão da xAI: "acelerar o descobrimento científico e ampliar o entendimento coletivo do universo". A estrutura da captação inclui US$ 5 bilhões em dívida garantida, além de um aporte adicional de US$ 5 bilhões, oriundo de investidores estratégicos ainda não identificados.
A demanda intensa por essa rodada de financiamento evidencia o interesse de grandes fundos em participar dos planos audaciosos da xAI. Segundo a análise do Morgan Stanley, a combinação de dívida e investimento permite reduzir os custos de financiamento e aumenta significativamente os recursos da empresa, colocando-a em pé de igualdade com gigantes como OpenAI, Google DeepMind, Anthropic e Meta AI.
Elon Musk também intensificou seu discurso em defesa de uma IA “segura e aberta”, em contraste com os modelos mais centralizados de seus concorrentes. O Grok, que já se encontra em sua terceira geração, tem sido integrado à rede social X (anteriormente Twitter).
Memphis como centro da infraestrutura de IA
Recursos substanciais da nova captação serão destinados a expandir a capacidade computacional da xAI. Atualmente, a companhia opera um grande centro de dados em Memphis, Tennessee, que foi inaugurado em julho de 2024 com capacidade inicial de 150 megawatts (MW). Em menos de um ano, a instalação duplicou sua capacidade, com a adição de mais de 100.000 GPUs da NVIDIA, tornando-se um dos clusters de IA mais potentes do mundo.
Entretanto, a expansão não está isenta de controvérsias. A xAI enfrenta uma ação judicial por supostamente operar 26 turbinas de gás natural sem licenças apropriadas, usadas para abastecer seu centro de dados. Embora a empresa ainda não tenha se manifestado sobre a questão, fontes internas indicam que os planos de expansão continuam.
Adicionalmente, a xAI adquiriu um terreno de mais de 92.000 metros quadrados em Memphis, onde pretende construir um segundo centro de dados, embora a data de início das obras ainda não tenha sido confirmada.
Um modelo inovador e soberano
Diferente de outros players do setor que dependem da nuvem pública, a xAI aposta em uma infraestrutura soberana e distribuída, buscando minimizar a dependência de fornecedores como Amazon Web Services, Google Cloud e Microsoft Azure. No entanto, informações recentes revelaram que a xAI também utiliza a capacidade de computação da Oracle Cloud para treinar e executar suas cargas, indicando uma estratégia híbrida.
Rumores indicam que a xAI está em negociações para arrecadar outros US$ 20 bilhões, podendo elevar sua avaliação entre US$ 120 bilhões e US$ 200 bilhões — um dos maiores movimentos financeiros do setor desde a IPO da NVIDIA ou a aquisição da ARM pelo SoftBank.
A visão de Musk é clara: construir uma alternativa escalável e completa ao modelo fechado da OpenAI, priorizando a transparência e o controle da infraestrutura. Com isso, ele pretende criar uma IA "que busque a verdade, não apenas a aprovação".
Uma abordagem física e inovadora
O foco da xAI não se limita ao software, mas também inclui inovações em hardware. A construção de centros de dados massivos e o uso de energia própria são essenciais para essa estratégia, que remete aos primórdios da Tesla e SpaceX, onde o controle vertical é fundamental para acelerar a inovação.
Com essa nova injeção de capital, Elon Musk busca potencializar sua visão de redefinir a infraestrutura crítica do século XXI, solidificando a posição da xAI no competitivo cenário da inteligência artificial global.