Desde o início de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) notificou mais de 37 mil casos confirmados de varíola M, ou mpox, em 25 países, com 125 mortes registradas até o momento. A República Democrática do Congo (RD Congo) é o país mais afetado, concentrando 60% dos casos e 40% das mortes, seguida por Uganda, Burundi e Serra Leoa, que também apresentaram um aumento significativo de infecções.
Embora a RD Congo continue reportando entre 2 mil e 3 mil casos suspeitos por semana, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, anunciou que sete países relataram surtos pela primeira vez: Albânia, Etiópia, Malauí, Macedônia do Norte, Sudão do Sul, República Unida da Tanzânia e Togo. Até agora, 1,9 milhão de doses de vacina foram distribuídas a 13 países, com 11 já recebendo os imunizantes, incluindo uma doação adicional de 1,9 milhão de doses do Japão e dos Emirados Árabes Unidos.
Contudo, os constantes cortes de financiamento têm dificultado o controle desses surtos. Tedros alertou que a redução de recursos para programas de HIV/Aids compromete a detecção e a resposta em grupos vulneráveis. Além disso, as ferramentas de comunicação de risco estão saturadas, afetando a eficácia das campanhas de informação.
Apesar de indícios de que as tendências de transmissão na RD Congo estão em declínio, a escalada do conflito e o agravamento da situação humanitária podem reverter esses avanços. A OMS destaca a importância de garantir uma capacidade adequada para detectar e responder rapidamente a surtos, além de realizar campanhas de vacinação de forma estratégica.
Tedros fez um apelo urgente por apoio ao Plano Global Estratégico de Preparação e Resposta da Mpox, que ainda precisa de US$ 147 milhões em financiamento para ser efetivo. A situação se torna cada vez mais crítica, exigindo uma mobilização global para conter a propagação da doença e proteger vidas.
Origem: Nações Unidas