Nesta terça-feira, mais de 160 ONGs solicitaram o encerramento da “Fundação Humanitária de Gaza” (GHF), um mecanismo que, segundo o grupo, está associado a ataques diários contra civis. A nota das organizações pede a restauração da distribuição de ajuda humanitária sob a coordenação da ONU.
Desde o início das operações da GHF, a situação se agravou de forma alarmante: ao menos 500 pessoas morreram e cerca de 4 mil ficaram feridas enquanto buscavam alimentos. Durante um cessar-fogo temporário, funcionaram 400 pontos de entrega de ajuda, que agora foram reduzidos a apenas quatro, todos sob controle militar israelense. Os quase 2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza precisam enfrentar longas e perigosas caminhadas por zonas de conflito ativo para alcançar esses locais superlotados, onde a disputa por suprimentos é intensa e há recorrentes alvos por parte das forças armadas e outros grupos.
A infraestrutura de saúde em Gaza está em colapso, e muitos dos feridos são deixados sem atendimento médico. Aqueles que conseguem obter alimentos voltam para casa com itens escassos, enfrentando dificuldades adicionais devido à falta de água limpa e combustível.
Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (Unrwa), fez graves críticas à GHF, descrevendo-a como uma “abominação” e destacando que sua operação apenas alimenta a fome e a violência na região. Ele também mencionou que a redução no número de pontos de distribuição complica ainda mais a situação já crítica dos palestinos, que enfrentam um bloqueio quase total à ajuda e aos bens comerciais.
Em um incidente recente, uma escola da Unrwa que servia como abrigo foi atacada por forças israelenses, resultando em danos severos, embora não haja relatos de feridos. Atualmente, mais de 82% da população de Gaza está sob ordens de deslocamento, elevando a urgência da situação humanitária no território.
Origem: Nações Unidas