Em suas considerações finais, a Vice-Diretora-Geral (VDG) Hill ressaltou que as tecnologias digitais estão impulsionando a economia global, incluindo o comércio internacional. Segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), ela destacou o crescimento dinâmico das exportações de serviços digitais, que em 2024 representaram 14,5% das exportações globais de bens e serviços. Hill também enfatizou o impacto transformador das tecnologias digitais, que não só aceleram o comércio, mas também levam à criação de novas categorias de bens e serviços baseados em dados.
A VDG afirmou que o comércio digital não é apenas um motor de crescimento, mas também uma ferramenta de inclusão, especialmente para pequenos negócios e empresas lideradas por mulheres. Ela observou que, enquanto os países de renda média aumentaram sua participação nas exportações globais de serviços digitais em 24% entre 2015 e 2022, as economias de baixa renda ainda enfrentam desafios.
Hill enfatizou que, em tempos de incerteza econômica, a estabilidade e a previsibilidade no comércio internacional são mais importantes do que nunca. Ela destacou o papel dos acordos da OMC, como o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) e o Acordo Geral sobre Comércio de Serviços (GATS), além do Acordo de Facilitação de Comércio e do Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio, para apoiar o comércio digital.
Embora reconhecesse que as regras atuais da OMC não capturam certas nuances das tecnologias digitais, como cibersegurança e proteção ao consumidor, Hill mencionou que os membros da OMC estão discutindo esses aspectos dentro do Programa de Trabalho sobre Comércio Eletrônico. Ela elogiou o compromisso de muitos membros, incluindo economias em desenvolvimento, com essas discussões.
“Encontrar um equilíbrio entre abertura e proteção, inovação e integridade é o desafio definidor da governança digital da nossa época”, disse Hill. Ela citou um estudo conjunto da OMC e da OCDE que encontrou que a convergência em fluxos de dados equilibrados com salvaguardas adequadas pode aumentar as exportações globais em 3,6% e o PIB global em 1,77%. Nesse contexto, o acordo plurilateral sobre comércio eletrônico é uma das ferramentas que procura alcançar esse equilíbrio.
Hill também observou o potencial da inteligência artificial para nivelar o campo de atuação para pequenas empresas, reduzindo barreiras de entrada no mercado e aumentando a eficiência. Ela mencionou um relatório da Secretaria da OMC sobre IA, que concluiu que a tecnologia pode beneficiar países de baixa e média renda tanto quanto os de alta renda em termos de potencial de crescimento nas exportações.
Olhando para a 14ª Conferência Ministerial (MC14), que ocorrerá em março de 2026 em Yaoundé, Hill reconheceu a complexidade do cenário comercial internacional e enfatizou a importância das discussões sobre comércio eletrônico. “Uma reforma significativa do sistema parece ser uma prioridade para muitos membros, e não conseguir concordar sobre um roteiro para tal reforma seria uma oportunidade perdida”, afirmou.
Hill concluiu que o comércio e as tecnologias digitais, quando alinhados de forma consciente, podem ser uma força para o bem. “É por isso que é particularmente importante que a OMC continue sendo uma plataforma vital para diálogo, monitoramento de desenvolvimentos e moldagem das regras do futuro.” Mais informações sobre o evento podem ser encontradas no site do TradeExperettes.
Origem: WTO news