A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que o Timor-Leste é oficialmente livre de malária, uma infecção que causa cerca de 600 mil mortes anualmente em todo o mundo. Com essa conquista, o país se junta a uma lista de 47 nações e um território que conseguiram erradicar a doença.
Em um comunicado divulgado nesta quinta-feira, a OMS destacou que o sucesso do Timor-Leste é resultado de mais de 20 anos de esforços coordenados para combater a malária. O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, elogiou a sólida vontade política, as intervenções estratégicas, os investimentos tanto nacionais quanto internacionais e a dedicação dos profissionais de saúde envolvidos na luta contra a doença.
Para ser considerado livre de malária, um país deve demonstrar que a transmissão local da doença foi interrompida por três anos consecutivos em todo seu território. A secretária da Saúde do Timor-Leste, Élia António de Araújo dos Reis Amaral, comemorou a conquista e afirmou que o país dará continuidade às ações comunitárias e à vigilância constante para evitar um eventual retorno da doença.
Desde a restauração da independência em 2002, o Timor-Leste reduziu os casos de malária de 223 mil em 2006 para nenhum caso autóctone a partir de 2021. Essa evolução foi possível graças à implementação do Programa Nacional da Malária em 2003, que se revelou eficaz mesmo com a escassez de profissionais de saúde, contando com apenas dois funcionários em tempo integral.
Além disso, o país investiu em parcerias com a OMS e outras organizações internacionais, além de engajamento com as comunidades locais, para fortalecer a vigilância e a resposta a novos casos. O sistema integrado de vigilância permite a coleta de dados em tempo real, possibilitando a detecção e o rastreamento rápido de casos de malária, especialmente nas regiões fronteiriças. Localizado no sudeste da Ásia, o Timor-Leste é também membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e tem o português como língua oficial.
Origem: Nações Unidas