A intensificação dos combates no Sudão tem causado um exôdo forçado significativo, com mais de 50 mil pessoas deslocadas na região de Cordofão desde o final de outubro. A Organização Internacional para Migrações (OIM) alertou sobre o crescente número de civis fugindo de suas casas em busca de segurança, especialmente frente à possibilidade de a cidade de El-Obeid ser o próximo alvo de ataques. O chefe de missão da OIM no Sudão, Mohamed Refaat, destacou que os deslocados estão buscando escapar dos combates violentos.
Nos últimos dias, relatos indicam que áreas residenciais em Dilling, no Cordofão do Sul, foram atingidas por ataques aéreos das Forças de Apoio Rápido (RSF) e seus apoiadores, intensificando a crise que começou em abril de 2023 após o colapso da transição para um governo civil. O clima de insegurança foi exacerbado pela queda de El Fasher, capital do Darfur do Norte, em 26 de outubro, que provocou novos deslocamentos em massa e gerou preocupação pela escassez extrema de alimentos enfrentada pelos que ficaram para trás.
Além disso, a OIM observou uma fuga em massa de pessoas de localidades como Babanusa, Kadugli e El-Obeid, com um número crescente de mulheres e crianças entre os deslocados, o que levanta questões importantes sobre proteção e assistência humanitária. A insegurança generalizada no Sudão tem dificultado o acesso a áreas afetadas, complicando ainda mais os esforços de ajuda.
Particularmente em Kadugli, a situação se torna alarmante com ataques aéreos que resultaram na morte de seis capacetes azuis de Bangladesh, reforçando os riscos de novos deslocamentos. Estima-se que entre 90 a 100 mil pessoas possam ser deslocadas se a violência se intensificar. A OIM também registra que mais de meio milhão de pessoas podem ser afetadas diretamente se El-Obeid sofrer ataques.
A organização comunicou que desde o final de outubro, mais de 109 mil pessoas conseguiram fugir de El Fasher e arredores, mas muitas permanecem em áreas cercanas, incapazes de avançar devido à insegurança. A situação humanitária está se agravando, com a OIM alertando sobre a perda de cerca de 83 milhões de dólares em financiamentos, o que resultou em cortes em suas operações e limitações à capacidade de resposta humanitária em várias regiões do país.
Origem: Nações Unidas






