A Starlink, serviço de internet via satélite da SpaceX, tem reforçado a sua presença na Europa, incluindo Portugal, graças ao lançamento de novos satélites e à melhoria da infraestrutura de comunicações. A empresa liderada por Elon Musk consolidou-se como uma alternativa viável à fibra ótica, sobretudo em regiões rurais e de difícil acesso.
A evolução da Starlink na Europa
Atualmente, a constelação da Starlink conta com mais de 7.000 satélites em órbita, oferecendo cobertura abrangente na maioria dos países europeus. Embora a fibra ótica ainda seja dominante na Europa, a internet via satélite tem-se afirmado como uma solução essencial para áreas remotas, onde a expansão das infraestruturas terrestres não é economicamente viável.
De acordo com uma análise da Ookla, os benefícios da rede de satélites de órbita baixa (LEO – Low Earth Orbit) são visíveis em vários países. Em Grécia e Suíça, por exemplo, registaram-se reduções na latência de 54% e 28%, respetivamente. Em Portugal, essa melhoria foi de 8%, resultando numa latência média de 50 milissegundos (ms).
Além disso, os novos lançamentos de satélites permitiram aumentos na velocidade de download. No último trimestre de 2024, países como Croácia e Grécia registaram subidas superiores a 65%. Em Portugal, a velocidade média de download passou de 100,4 Mbps para 124,47 Mbps, um progresso significativo, ainda que menos expressivo em comparação com outros países do sul da Europa.
Expansão da Starlink em zonas de baixa densidade populacional
O relatório destaca que, em toda a Europa, a adoção da Starlink é mais comum em regiões com baixa densidade populacional e limitada cobertura de fibra ótica. Esta solução via satélite tem-se mostrado competitiva para utilizadores que necessitam de maior largura de banda, como streaming de vídeo e jogos online.
A latência reduzida aproxima a Starlink dos serviços de internet terrestre, melhorando a experiência do utilizador ao minimizar os tempos de carregamento e interrupções. No entanto, apesar dos avanços, a fibra ótica continua a expandir-se, representando uma forte concorrência para os serviços via satélite.
Futuro da Starlink e concorrência no setor
A SpaceX tem planos ambiciosos para o futuro da Starlink, com destaque para o desenvolvimento da tecnologia “Direct to Device” (D2D), que permitirá conectar smartphones diretamente aos satélites, sem necessidade de equipamentos adicionais. Este avanço será possível graças ao lançamento da nova geração de satélites Starlink, já em fase de implementação.
No entanto, a Starlink enfrenta uma concorrência crescente, com empresas como a Amazon (projeto Kuiper) e a AST SpaceMobile a investirem no desenvolvimento de constelações próprias. Com a inovação a acelerar no setor da internet via satélite, os utilizadores poderão beneficiar de mais opções e serviços cada vez mais eficientes.
Apesar dos desafios, a Starlink continua a consolidar-se como uma solução viável para melhorar a conectividade em Portugal e na Europa, especialmente em locais onde a fibra ótica ainda não chegou.