Um novo rumor envolvendo Elon Musk e a SpaceX está circulando com força nas redes sociais, afirmando que “o CEO confirmou” que a empresa planeja abrir capital em 2026, com uma valorização prevista de 1,5 trilhões de dólares. Os entusiastas sugerem que esse movimento está atrelado ao objetivo de “ganhar a corrida da IA”, com a ideia de implantar centros de dados em órbita, utilizando energia solar.
No entanto, ao separar o entusiasmo das informações verificáveis, o cenário se torna menos otimista. Não há confirmação oficial de Musk de que a SpaceX fará uma oferta pública inicial (IPO) em 2026. Fontes jornalísticas, como a Reuters, indicam que a empresa estaria em conversas com investidores sobre um cronograma potencial, mas isso não se traduz em um anúncio formal ou em um prospecto.
A demanda crescente por energia devido à inteligência artificial (IA) é um assunto real e pertinente. Estima-se que o consumo de eletricidade pelos centros de dados, impulsionado pela IA e por outras tecnologias, pode aumentar em até 165% até 2030, conforme relatórios da Goldman Sachs. A pressão por investimentos nesse setor é evidente, mas a narrativa de que a energia será suficiente através de centros de dados espaciais carece de base sólida.
Embora existam pesquisas sobre computação em órbita e centros de dados espaciais, como o estudo ASCEND liderado pela Thales Alenia Space, a afirmação de que a SpaceX começará a implementar massivamente esses centros em 2026 parece exagerada. Desafios significativos, como a dissipação de calor no espaço e a latência de dados, tornam essa perspectiva incerta.
Além disso, cifras alarmantes sobre demanda energética, como “300 a 500 gigawatts anuais” necessários para os satélites, levantam dúvidas. Mesmo assumindo condições ideais de eficiência, os números sugerem um custo e uma logística de escala monumental e pouco realista.
Embora a admiração pelo potencial de Musk e da SpaceX seja comum, a realidade é que a corrida pela computação em ambientes orbitais é complexa, repleta de obstáculos técnicos e econômicos. Portanto, a conclusão mais razoável é que, apesar das possibilidades de abertura de capital e da pressão da IA, a ideia de uma substituição rápida das infraestruturas terrestres por soluções espaciais permanece, por ora, mais no reino da especulação do que da implementação.
Em suma, as discussões são promissoras, mas é prudente manter uma postura cética com relação a planos que ainda não foram solidamente estabelecidos.





