A Sala de Exposições da Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro (UTAD) foi palco da conferência “Silêncios e lideranças femininas na transição do 25 de Abril”, ministrada por Maria José Magalhães, professora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto. Este evento marcou o encerramento da exposição “Arca das Avós”.
Durante sua fala, Magalhães enfatizou a importância de “dar visibilidade e honrar o que foi o silêncio das mulheres”, um reconhecimento do seu papel fundamental na luta pela democracia em Portugal. A professora citou a Associação Feminina Portuguesa para a Paz, criada em 1935, como um exemplo da resistência feminina e da contribuição das mulheres para a sociedade. “A exposição ilustra a arte das mulheres que, apesar de não poderem ser reconhecidas como artistas, criaram em silêncio, muitas vezes à sombra dos maridos”, afirmou.
Além de destacar a contribuição das mulheres em diversas profissões, como professoras e operárias, a docente ressaltou a influência delas na divulgação de ideias democráticas e na promoção da paz. A mostra “Arca das Avós” trouxe à tona saberes e práticas tradicionais das comunidades rurais, focando no papel essencial das mulheres na preservação do patrimônio cultural e na evolução da educação feminina ao longo das décadas.
Maria da Conceição Azevedo, diretora da Licenciatura em Educação Básica e coorganizadora da exposição, apontou que antes da revolução de abril, a educação feminina estava marcada por um aumento de trabalho e por uma escassez de reconhecimento.
A exposição foi organizada pela UTAD, em parceria com o Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Universidade do Porto e o Centro Interdisciplinar, Inter-Regional e Transfronteiriço de Memória da Educação (CITRIME – Murça), e contou com uma variedade de objetos relacionados à vida doméstica e à educação feminina, incluindo utensílios de cozinha, bordados, manuais de educação doméstica e livros de orações.
Origem: UTAD






