Samsung Electronics revive tecnologia Z-NAND para atender demanda de IA
Samsung Electronics anunciou o retorno de sua tecnologia de memória Z-NAND, que havia sido abandonada há sete anos, com o objetivo de atender à crescente demanda por desempenho em cargas de trabalho de inteligência artificial (IA). A empresa sul-coreana posiciona esta solução como uma alternativa de alta velocidade em relação à NAND convencional, prometendo melhorias de até 15 vezes na velocidade de acesso e processamento para aplicações críticas.
Esse anúncio ocorre em um momento em que o mercado de memória enfrenta pressão crescente devido à IA generativa, centros de dados de alto desempenho e aplicações de edge computing. Segundo fontes da indústria, a Z-NAND busca se estabelecer como uma ponte entre a memória DRAM — rápida, mas volátil — e a NAND flash convencional — mais econômica, mas com latências superiores. Essa tecnologia promete equilibrar custo e desempenho em cenários que exigem tempos de resposta ultra-rápidos.
Originalmente introduzida em 2016 como resposta à emergente memória 3D XPoint da Intel e Micron, a Z-NAND não obteve ampla adoção e, após o avanço das memórias NAND TLC e QLC, a Samsung decidiu interromper sua comercialização em grande escala. No entanto, com a explosão da IA e a necessidade de processar grandes volumes de dados em tempo real, a empresa está retomando o projeto com uma arquitetura otimizada para cargas de trabalho relacionadas ao treinamento e inferência de modelos de IA.
O renascimento da Z-NAND também surge em um cenário de crescente concorrência no setor de memórias de alto desempenho. Empresas como Kioxia, Micron e SK hynix estão investindo em tecnologias como XL-FLASH e HBM (High Bandwidth Memory) para atender às exigências dos aceleradores de IA. A Samsung busca diferenciar seu produto, que, segundo analistas, pode ser mais acessível que a HBM e mais ágil que a NAND convencional, ao mesmo tempo que oferece maior durabilidade e eficiência energética.
As aplicações alvo da nova geração de Z-NAND incluem:
- Centros de dados para IA generativa: treinamento e inferência de grandes modelos com latência mínima.
- Edge computing industrial: análise de dados e respostas em milissegundos para ambientes críticos.
- Sistemas financeiros e de trading algorítmico: execução de operações em tempo real.
- Processamento científico e médico: simulações e análise de imagens de alta resolução.
Analistas estimam que, se a Samsung conseguir produzir Z-NAND em escala competitiva, poderá capturar uma fatia significativa do mercado de memória para IA, projetada em bilhões de dólares até o final da década.