As negociações para conter a crise climática ganharam um novo impulso na Semana de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas, que se encerra neste 30 de setembro. A diretora executiva da 30ª Conferência da ONU sobre Mudança do Clima, COP30, marcada para novembro no Brasil, destacou que as discussões em Nova Iorque contribuíram para um aumento significativo de consensos entre os países.
Ana Toni afirmou, em entrevista à ONU News, que houve uma “reafirmação do comprometimento dos países com o multilateralismo climático”, essencial para o sucesso da COP30. Ela mencionou que mais de 60 países comunicaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), com mais de 40 se comprometendo a apresentar atualizações antes do evento em Brasília. Atualmente, mais de 100 países já firmaram ou anunciaram suas NDCs, um avanço significativo em comparação com os 37 que tinham atualizado seus planos antes da Assembleia Geral.
Além disso, o Brasil e o Azerbaijão estão trabalhando em um relatório que visa mobilizar pelo menos US$ 1,3 trilhão anualmente para financiar ações de mitigação e adaptação climática. O governo brasileiro já instituiu um grupo com a participação de 36 ministros da Fazenda para ajudar a viabilizar esse financiamento.
A criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre também foi anunciada como parte do esforço para combater o desmatamento. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou um investimento inicial de US$ 1 bilhão, com a meta de arrecadar US$ 25 bilhões, destinando 20% para povos indígenas e comunidades locais.
No entanto, Ana Toni expressou preocupação com o que chamou de “novo negacionismo”, um fenômeno de desinformação que busca desacreditar as soluções para a crise climática e gerar dúvidas sobre a realização da COP30. Apesar disso, ela se mostrou otimista quanto à relevância das discussões, reafirmando que o cronograma para a eliminação gradual de combustíveis fósseis permanece em negociação.
Durante seu discurso na Assembleia Geral, Lula propôs o estabelecimento de um Conselho vinculado à ONU para monitorar compromissos climáticos, enfatizando que a implementação das decisões deve envolver uma colaboração ampliada entre governos, empresas e a sociedade civil, promovendo um verdadeiro “mutirão” em prol do clima.
Origem: Nações Unidas