A resposta global ao HIV enfrenta um dos seus maiores desafios em décadas, segundo um novo relatório divulgado nesta terça-feira, véspera do Dia Mundial da Luta contra a Aids de 2025. Intitulado “Superando a Ruptura, Transformando a Resposta à Aids”, o documento destaca as consequências a longo prazo da diminuição dos financiamentos e a falta de solidariedade entre nações, especialmente em países de baixa e média renda severamente impactados pelo vírus.
O estudo, realizado pelo Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Aids, menciona o acordo estabelecido entre os Ministros da Saúde das principais economias do mundo durante as reuniões do G20 em 2024, onde o Brasil assumiu a presidência e promoveu uma aliança global em favor do acesso equitativo às tecnologias de saúde.
Winnie Byanyima, diretora executiva do Unaids, enfatizou as devastadoras repercussões que os cortes abruptos de financiamento por parte de diversos doadores internacionais têm causado, afetando diretamente os serviços prestados em países vulneráveis. Ela apontou que clínicas fecharam sem aviso, milhares de profissionais de saúde perderam seus empregos e a capacidade de tratamento foi severamente comprometida.
As projeções indicam que a assistência externa à saúde pode cair entre 30% e 40% em 2025 em comparação com 2023, o que agrava ainda mais as dificuldades já existentes. Organizações comunitárias, especialmente aquelas lideradas por mulheres, enfrentam cortes significativos ou encerramento total de programas essenciais, levando à perda de acesso a serviços críticos para comunidades inteiras.
Apesar dos desafios, o relatório também trouxe à luz aspectos positivos, como a redução nos preços de medicamentos antirretrovirais e o fortalecimento de modelos eficazes de prestação de serviços. No entanto, para atender às metas globais de HIV até 2030, aproximadamente US$ 21,9 bilhões serão necessários anualmente, refletindo a urgência de uma resposta unificada e robusta na luta contra a epidemia.
Origem: Nações Unidas





