A representante especial do secretário-geral da ONU na República Democrática do Congo, Bintou Keita, destacou em reunião no Conselho de Segurança que a paz na nação africana ainda é uma promessa não cumprida. Ela abordou a discrepância entre os avanços formalmente reconhecidos e a dura realidade vivida no terreno, marcada por uma escalada alarmante da violência.
Keita, que também lidera a Missão da ONU no país, Monusco, mencionou os progressos desde a assinatura do Acordo de Washington com Ruanda, mas enfatizou que a violência persistente continua a ser um grande obstáculo. Desde junho, a Monusco registrou mais de 1.087 mortes de civis nas províncias de Kivu do Norte e Ituri, com números que continuam a aumentar.
Ela sublinhou que, embora o Conselho tenha adotado uma resolução exigindo um cessar-fogo imediato, suas disposições ainda não foram implementadas. Além da ofensiva do M23, que continua a consolidar sua presença na região, grupos como as Forças Democráticas Aliadas também têm perpetrado abusos, resultando na execução de centenas de civis nos últimos meses.
Keita ainda alertou para o colapso do financiamento às operações humanitárias, com apenas 15% do plano de resposta orçamentário sendo financiado este ano. A crise humanitária em curso já afeta 27,7 milhões de pessoas, causando insegurança alimentar severa. Em sua conclusão, Keita fez um apelo urgente para que as lacunas na segurança e no apoio humanitário sejam tratadas, alertando que, se não forem superadas, milhões continuarão a sofrer as consequências.
Origem: Nações Unidas






