A Comissão Europeia divulgou seu mais recente relatório sobre as Perspectivas Agrícolas da UE, apresentando projeções para os mercados agrícolas da União até 2035. O documento destaca um crescimento contínuo da produtividade, embora a taxas mais lentas, diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas e pela disponibilidade e acessibilidade dos insumos. Durante esse período, a agricultura da UE deverá passar por uma transformação rumo a sistemas de produção mais sustentáveis, com mudanças estruturais que continuarão moldando o desempenho econômico e ambiental do setor.
Os dados fornecem insights valiosos para as partes interessadas na cadeia agroalimentar da UE, servindo como base para a elaboração de respostas políticas a novos desafios e oportunidades, visando um setor agrícola atrativo, competitivo, resiliente e sustentável. Para enfrentar os desafios atuais, a Comissão propôs uma Política Agrícola Comum (PAC) mais simples, focalizada e inovadora para o período pós-2027.
De acordo com o relatório, espera-se que a agricultura da UE mantenha um alto nível de produtividade até 2035, apoiando um desempenho comercial positivo, especialmente para produtos de alto valor agregado. As exportações agroalimentares da UE permanecem como um importante contribuinte para a segurança alimentar global, e o consumo de proteínas na EU deve se manter ligeiramente acima dos níveis atuais devido ao aumento das necessidades proteicas da população envelhecida. A produtividade do trabalho continua a ser o principal motor da produtividade agrícola, contribuindo para um aumento na renda real por trabalhador agrícola.
Em termos de setores específicos, a produção de azeite deve se recuperar, enquanto a produção de azeitonas para mesa deve diminuir. O mercado de tomates continua a diversificar, com crescimento nas categorias de processamento e lanche, apesar de uma demanda mais fraca por tomates frescos em algumas regiões. A demanda por laranjas processadas pode aumentar, mesmo com a queda na produção e consumo de laranjas frescas, refletindo como os hábitos dos consumidores estão moldando trajetórias específicas de commodities na UE.
Por outro lado, a produção de carne bovina, suína e de ovelhas e cabras deve continuar sua gradual diminuição, impulsionada pelo encolhimento dos rebanhos e mudanças nas preferências dos consumidores, enquanto a produção de vinho também está projetada para cair, refletindo os hábitos em evolução dos consumidores.
Entretanto, vários grupos de produtos estão passando por um crescimento modesto, mas constante. A produção de aves e ovos deve aumentar, apoiada pela forte demanda dos consumidores, enquanto a expansão das áreas de oleaginosas e leguminosas contribui para níveis de produção crescentes. A produção de laticínios permanece relativamente estável, mas os aumentos em sólidos do leite, manteiga e leite em pó desnatado sinalizam movimento positivo nos segmentos de maior valor agregado.
O relatório também apresenta temas transversais, como autossuficiência, competitividade e segurança alimentar, tanto em nível da UE quanto global. Em resumo, a UE continua a ser autossuficiente em culturas essenciais, produtos de carne e laticínios, embora o desempenho comercial da UE enfrente desafios competitivos. Na esfera da segurança alimentar, o relatório descreve mudanças nas concentrações dos fluxos comerciais da UE, diminuição do gasto das famílias com alimentos, mudanças nas fontes de proteína e um aumento na ingestão calórica, entre outros pontos.
Além das informações detalhadas sobre setores individuais, o relatório faz pela primeira vez uma avaliação das implicações econômicas e ambientais das perspectivas de mercado para diferentes tipos de fazendas. Ele também fornece uma análise das incertezas, mostrando como a volatilidade dos preços do petróleo, PIB, inflação e taxas de câmbio podem impactar a produção, os preços, o consumo e o desempenho comercial.
Origem: Agricultura e desenvolvimento rural Europa





