Neste 4 de junho, commemoramos o Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão, uma data que nos convida à reflexão sobre a realidade cruel enfrentada por menores em zonas de guerra ao redor do mundo. O último Relatório Anual do Secretário-Geral da ONU revela dados alarmantes: somente este ano, 11.649 crianças perderam a vida ou foram mutiladas devido a conflitos armados.
Os ataques a instalações de saúde e educação são comuns, além da negação de assistência humanitária. As crianças estão sob constante ameaça em suas próprias casas e nas ruas. O relatório também destaca o recrutamento forçado de menores para atuarem como combatentes, com 8.655 crianças sendo vítimas desse tipo de violência e 4.356 outras sequestradas, principalmente na República Democrática do Congo, Somália e Nigéria.
O cenário é ainda mais grave quando se fala em violência sexual, que afeta desproporcionalmente meninas. Mais de 90% dos casos de violência sexual relatados nos conflitos são dirigidos a elas, frequentemente silenciadas pelo estigma e pela falta de proteção legal. Além disso, o acesso humanitário negado e os ataques a escolas aumentaram significativamente, com um crescimento de 60% nos ataques a instituições educacionais desde a adoção da Resolução 2601 do Conselho de Segurança da ONU em 2021.
A data, aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 1982, ganha uma nova urgência com a necessidade de proteger as crianças em conflitos. O impacto devastador da guerra, conforme destacado pelo Relatório Graça Machel em 1994, continua a ecoar nas vozes de milhões de crianças que, a cada dia, vivem sob a sombra da violência e da insegurança. A proteção e o bem-estar das crianças devem ser uma prioridade global, exigindo ações efetivas de todos os atores envolvidos.
Origem: Nações Unidas