Especialistas em direitos humanos das Nações Unidas manifestaram sua indignação nesta quarta-feira após a confirmação da morte de Jamshid Sharmahd, um jornalista e ativista de 69 anos que foi alvo de detenção arbitrária no Irã. Em uma declaração emitida em Genebra, o grupo descreveu a morte de Sharmahd como “terrível”, alegando que ele foi submetido a sequestro e experimentou múltiplas violações de seus direitos fundamentais, incluindo o direito a um julgamento justo.
O corpo de Sharmahd foi restituído à Alemanha na última sexta-feira. Nascido no Irã, ele havia se naturalizado como cidadão alemão. Os especialistas da ONU afirmaram que a morte de Sharmahd sob custódia, juntamente com o atraso na entrega de seu corpo à família de forma digna, constitui uma violação grave dos direitos humanos. Eles também exigiram que as autoridades iranianas interrompessem todas as execuções judiciais.
Jamshid Sharmahd foi capturado em 2020 durante uma viagem de trabalho pelos Emirados Árabes Unidos, em uma operação que as autoridades iranianas caracterizaram como “rendição extraordinária”. Após sua detenção, imagens dele vendado e confessando crimes contra o governo iraniano foram exibidas pelas autoridades. Em 2023, a Suprema Corte do Irã confirmou uma sentença de morte por “corrupção na Terra”, que posteriormente levou à notícia de que Sharmahd havia falecido antes que a execução fosse realizada.
A confirmação de sua morte surgiu apenas recentemente, depois que, em 2022, o Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenção Arbitrária já havia declarado que a prisão de Sharmahd foi arbitrária e carecia de fundamentos legais. As repercussões de seu caso destacam o alarmante estado dos direitos humanos no Irã e a necessidade urgente de mudanças.
Origem: Nações Unidas