O Conselho de Segurança da ONU concluiu sua reunião nesta terça-feira sem chegar a um consenso sobre o futuro do programa nuclear do Irã, em uma discussão que refletiu as crescentes divisões entre os membros. A subsecretária-geral para Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, destacou que, apesar das iniciativas diplomáticas intensificadas ao longo do último semestre, a falta de um acordo claro continua a ser um desafio significativo.
DiCarlo afirmou que uma solução negociada que assegure um programa nuclear pacífico para o Irã, assim como o alívio das sanções, é o caminho mais viável para a comunidade internacional. Ela reiterou a disposição da ONU em colaborar com todas as partes para alcançar esses objetivos.
O conflito em torno do programa nuclear se intensificou desde a adoção da Resolução 2231 em julho de 2015, que não apenas endossou o Plano de Ação Global Conjunto (Jcpoa), permitindo a suspensão das sanções ao Irã, mas também estabeleceu um mecanismo para reimpor restrições em caso de descumprimento. Recentemente, França, Alemanha e Reino Unido invocaram esse mecanismo, argumentando que o Irã falhou em cumprir suas obrigações, levando à reinstauração automática das sanções. Contudo, Rússia, China e Irã contestaram a legalidade dessa ação, afirmando que a resolução teria expirado.
A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) também apresentou preocupações em seu último relatório, indicando que o Irã excedeu significativamente os limites de urânio enriquecido e aumentou a quantidade de centrífugas além do permitido. O país defende que seu programa nuclear é voltado para fins pacíficos, principalmente para a geração de energia. Com as tensões entre Israel e Irã em alta e recentes ataques a instalações nucleares iranianas, os esforços para um consenso diplomático continuam sem progresso.
Origem: Nações Unidas






