Na segunda e terça-feira, a sede da ONU sediou uma conferência internacional de alto nível, copresidida pelos ministros das Relações Exteriores da França e da Arábia Saudita. O evento resultou na Declaração de Nova Iorque, que pede um fim imediato à guerra em Gaza e propõe um roteiro para a implementação de uma solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino.
Entre os compromissos anunciados, destaca-se a organização de uma Conferência de Reconstrução de Gaza, a ser realizada no Cairo, além da criação de um fundo internacional para a região. O documento realça o papel vital da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (Unrwa) e pede apoio à sua missão.
O Brasil, como parceiro internacional e líder de um dos grupos de trabalho na conferência, endossou o documento, que também recebeu a adesão de países como Egito, Japão, Irlanda e União Europeia. Os copresidentes destacaram que o plano reflete dimensões políticas, de segurança, humanitárias e econômicas, propondo um “plano de ação concreto com prazo determinado”.
O texto condena os ataques do Hamas contra civis israelenses, assim como as operações militares que resultaram em baixas civis em Gaza. Ele enfatiza que a continuidade do conflito é uma ameaça à estabilidade regional e global, pedindo a implementação imediata de um acordo de cessar-fogo.
Além disso, a declaração apela pela reunificação de Gaza e da Cisjordânia sob a Autoridade Palestina e requer que o Hamas renuncie ao poder e entregue suas armas. Propõe a criação de um comitê administrativo de transição e uma missão temporária de estabilização, liderada pela ONU, para proteger civis e facilitar a transição de segurança e governança.
Por fim, a declaração reafirma que apenas uma solução política, baseada nas fronteiras de 1967 e com Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado palestino, poderá trazer paz e segurança duradouras, ao mesmo tempo que promete amplo apoio internacional à reconstrução de Gaza.
Origem: Nações Unidas