Nesta segunda-feira, durante uma sessão informal com os Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), o secretário-geral António Guterres enfatizou a “urgência e determinação” em tornar a entidade mais eficiente, especialmente em um contexto de “extraordinária incerteza”. Guterres apresentou a iniciativa ONU-80, lançada em março, que visa promover reformas estruturais em três níveis: melhorar a eficiência operacional, revisar mandatos dados pelos países e implementar mudanças estruturais na organização.
O secretário-geral destacou que a crise enfrentada pela ONU não é nova e que existem “ameaças reais” à sua estrutura e aos princípios do multilateralismo. Diante da situação financeira e política atual, Guterres ressaltou que a urgência das reformas é maior do que nunca. A iniciativa ONU-80 propõe medidas para reduzir custos, como a extinção de cargos, realocação de pessoal e centralização de serviços.
Guterres também comentou sobre a revisão dos mandatos definidos pelos Estados-membros, revelando que foram identificados 3,6 mil mandatos no Secretariado. Ele advertiu que essa sobrecarga de mandatos ultrapassa as capacidades do sistema da ONU e dos próprios países para implementá-los. A revisão busca eliminar duplicações e criar sinergias que facilitem a execução.
No que diz respeito ao orçamento, o secretário-geral apontou que já estão sendo propostas reformas que visam reduções significativas no nível orçamentário geral, com impactos que se prolongarão ao longo dos anos. As futuras propostas orçamentárias para 2026 e 2027 estão sendo elaboradas, com foco em aproveitar ao máximo as oportunidades encontradas durante as revisões.
Guterres reiterou que “o sucesso não se mede pelo volume de relatórios”, mas sim pelo impacto real do trabalho da ONU na vida das pessoas. Ele se comprometeu a manter um diálogo próximo com os Estados-membros sobre o progresso das iniciativas, ciente de que algumas mudanças poderão ser desafiadoras para a organização.
Origem: Nações Unidas