A tuberculose continua a ser uma das principais preocupações de saúde pública global, ocupando o triste primeiro lugar entre as doenças infecciosas isoladas, conforme revelado no Relatório Global da Tuberculose 2025, divulgado nesta quarta-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar de uma leve melhoria nos dados de 2024 em relação ao ano anterior, a OMS enfatiza que o progresso não é suficiente para atender às metas estabelecidas na Estratégia Fim da Tuberculose, que busca uma redução de 50% na incidência e de 75% na mortalidade até 2025.
O relatório inclui informações sobre países de língua portuguesa, como Brasil, Angola e Moçambique, que estão entre os países com alta carga da doença. O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, ressaltou que o mundo se encontra em um momento crítico. Ele mencionou que, apesar da necessidade de cumprir os compromissos estabelecidos em reuniões da ONU sobre tuberculose, os recursos estão escassos.
O Brasil apresenta uma das melhores taxas de diagnóstico, com mais de 80% dos casos detectados em 2024. O país se destaca no diagnóstico rápido e financia majoritariamente a luta contra a doença com recursos domésticos. Moçambique também reportou boas taxas de diagnóstico, embora enfrente desafios na confirmação bacteriológica, destacando a necessidade de atenção contínua. Angola, por sua vez, avançou na cobertura de diagnóstico para formas resistentes, mas ainda enfrenta dificuldades financeiras que afetam muitas famílias.
No panorama global, a tuberculose causou 1,23 milhão de mortes em 2024, com uma leve diminuição em relação a 2023, mas os números permanecem acima dos índices de 2020. O relatório indica que 54% dos novos casos são registrados entre homens, 35% entre mulheres e 11% entre crianças, evidenciando a concentração da doença em 30 países de alta carga, onde se encontram 87% dos casos.
O financiamento global para combate à tuberculose ficou em US$ 5,9 bilhões em 2024, representando apenas 27% da meta necessária até 2027. A OMS alerta que cortes previstos a partir de 2025 podem prejudicar os programas nacionais, especialmente em países com alta incidência da doença.
Apesar das dificuldades, a OMS destaca que 101 países conseguiram reduzir a taxa de incidência desde 2015, e 65 diminuíram as mortes por tuberculose significativamente. Para alcançar as metas até 2030, é fundamental garantir saúde universal, proteção social e investimentos em pesquisa, incluindo o desenvolvimento de vacinas, para transformar os avanços atuais em resultados sustentáveis na luta contra a tuberculose.
Origem: Nações Unidas






