A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta renovado sobre os perigos do retorno da cólera, com a confirmação de 4.332 mortes em 31 países. A doença, causada pela bactéria vibrio cholerae, dissemina-se principalmente através da água e alimentos contaminados, resultando em diarreia severa, que pode levar à desidratação fatal se não for tratada.
Os principais fatores que facilitam a propagação da cólera incluem condições de saneamento inadequadas e acesso a água não potável. Em Genebra, a OMS expressou profunda preocupação com surtos em regiões como Sudão, Chade, República Democrática do Congo, Sudão do Sul e Iémen, onde os conflitos exacerbam a situação.
Na República Democrática do Congo, já foram contabilizados mais de 44.521 casos e 1.238 mortes neste ano, principalmente na região leste do país, marcada por combates. No Sudão do Sul, as notificações atingem quase 70.310, com 1.158 óbitos registrados. O Iémen, enfrentando sua própria crise, reportou mais de 60.794 casos e 164 mortes.
A OMS destacou que esses surtos compartilham características comuns, como a ampliação no número de afetados, decorrente de conflitos e da dificuldade em alocar recursos humanos adequados. Além disso, há lacunas significativas nas informações e déficits financeiros que dificultam a resposta à crise.
Um ano após o início do surto no Sudão, a doença se espalhou para todos os estados, com mais de 48.768 casos e mil mortes notificados em 2025. A taxa de letalidade na região é preocupante, alcançando 2,2%, superando o limite de 1% considerado como indicativo de tratamento eficaz.
A OMS apela à comunidade internacional e aos governos para mobilizarem urgentemente fundos, facilitarem a distribuição de vacinas, garantirem a segurança dos trabalhadores humanitários e investirem na prevenção de longo prazo, especialmente em água potável e saneamento. A entidade afirma que “ninguém deve morrer por não ter acesso a água potável”.
Origem: Nações Unidas