Uma startup britânica, a Quantum Motion, anunciou o que classifica como o primeiro computador quântico do mundo fabricado com tecnologia CMOS em silício, a mesma usada na produção de chips de smartphones e laptops. Installado no National Quantum Computing Centre (NQCC), o sistema é notável por condensar refrigeradores de diluição e eletrônicos de controle em apenas três racks de 19 polegadas, combinando uma Unidade de Processamento Quântico (QPU) com software de controle compatível com ambientes como Qiskit e Cirq.
O principal diferencial dessa inovação é a transição de dispositivos exóticos para uma abordagem que utiliza wafers de 300 mm e processos CMOS padrão. A Quantum Motion integra qubits de spin, que armazenam informações no spin de um elétron, em um design modular que permite escalabilidade por replicação, podendo levar a milhões de qubits no futuro, um objetivo ambicioso ainda distante na indústria.
A arquitetura modular permite a condensação de funções críticas em blocos repetíveis, aumentando a eficiência e a escalabilidade do sistema. Apesar das fragilidades dos qubits de spin, que exigem ambientes de ultrafrio e controle preciso, a tecnologia CMOS oferece uma cadeia industrial estabelecida que pode facilitar a produção em massa e reduzir custos significativamente.
Os resultados preliminares da colaboração da Quantum Motion com o University College London (UCL) destacam uma fidelidade de 98% em operações com dois qubits, uma taxa competitiva para a tecnologia. O sistema estará sujeito a rigorosos testes dentro do programa Quantum Computing Testbed, que explora diferentes protótipos quânticos.
A indústria enfrenta desafios contínuos em termos de controle e operação de qubits de forma escalável, mas o uso de silício pode minimizar algumas dessas barreiras, devido à sua capacidade de integrar funções críticas próximas aos qubits, reduzindo a complexidade do cabeamento criogênico.
Ainda que o anúncio da Quantum Motion tenha causado entusiasmo, a jornada para computadores quânticos comerciais ainda requer validações em larga escala e demonstrações de correção de erros efetivas. O futuro da computação quântica em silício parece promissor, e este protótipo inicial indica que a integração com a tecnologia CMOS pode ser a chave para uma aventura quântica em expansão.
