O Despertar Digital que Ninguém Queria
A partir de 17 de janeiro de 2025, com a implementação do DORA (Regulamento de Resiliência Operacional Digital), as empresas na Europa enfrentam uma nova realidade repleta de regulamentações complexas. Um verdadeiro campo minado de regras surgiu, transformando a forma como os negócios são realizados.
As empresas precisam navegar por uma série de acrônimos e regulamentações que exigem adaptações significativas. DORA estabelece um padrão para a resiliência digital no setor financeiro, exigindo gestão de riscos, monitoramento rigoroso e protocolos de comunicação de crise. Para muitas fintechs, como a de Maria, as noites sem dormir tornaram-se a norma na luta para cumprir as exigências.
A situação se complica com a entrada em vigor da NIS2, que amplia as obrigações de cibersegurança para empresas com mais de 50 funcionários. Isso implica custos inesperados e a necessidade de adaptações, como relata Carlos, CEO de uma empresa de transporte.
Ainda há a introdução do AI Act, que regula o uso e desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial, exigindo auditorias e supervisão constante, o que, segundo Laura, fundadora de uma startup de IA, pode entrar em conflito com a inovação.
Além disso, o Regulamento CRA, que exige certificação e gestão de vulnerabilidades, adiciona mais pressão sobre os fabricantes de produtos digitais. O efeito dominó das regulamentações resulta em um labirinto que pode levar as empresas a gastos excessivos com conformidade, desviando-se de investimentos em inovação.
Conforme as regras entram em vigor, milhões de empresas na Europa constroem uma nova, e muitas vezes, pesadíssima estrutura de compliance. A conversa gira em torno da proteção versus a proteção comercial, com muitos questionando se as diretrizes são realmente para benefício coletivo ou se se tornam barreiras comerciais.
Neste cenário, as empresas que se adaptarem rapidamente terão uma vantagem competitiva, enquanto as que não o fizerem correm o risco de desaparecer no novo ecossistema digital europeu. Uma coisa é certa: a conformidade regulatória não é opcional; é uma questão de sobrevivência.