A edição número 65 do ranking TOP500 de supercomputadores reafirma o avanço incessante da era exascale. O sistema El Capitan, instalado no Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia, mantém sua posição como o supercomputador mais poderoso do mundo, alcançando a marca recorde de 1,742 exaflops no teste HPL, a referência internacional para medir o desempenho em cálculos científicos.
Para a primeira vez, o pódio do TOP500 é ocupado inteiramente por supercomputadores que ultrapassam o exaflop e estão localizados em laboratórios vinculados ao Departamento de Energia dos EUA. O El Capitan é seguido pelo Frontier (Oak Ridge, Tennessee) e pelo Aurora (Argonne, Illinois), com 1,353 e 1,012 exaflops, respectivamente.
O El Capitan utiliza tecnologia HPE Cray EX255a, processadores AMD EPYC de 4ª geração e aceleradores AMD Instinct MI300A, somando mais de 11 milhões de núcleos e alcançando uma eficiência energética de 60,3 gigaflops/watt. Tanto o Frontier quanto o Aurora utilizam arquiteturas semelhantes, com o Aurora apostando em aceleradores Intel GPU Max, solidificando a liderança dos EUA tanto em potência bruta quanto em diversidade de fornecedores tecnológicos.
Uma novidade no Top 10 é a entrada do JUPITER Booster, o primeiro supercomputador exascale europeu, que ocupa o 4º lugar. Embora ainda esteja em fase de comissionamento, este sistema localizado no centro de supercomputação de Jülich (Alemanha) já alcançou 793,4 petaflops em uma configuração parcial, marcando um marco para a autonomia tecnológica europeia.
O Japão mantém a presença do Fugaku na sétima posição e a China, historicamente protagonista, continua sem incorporar novas máquinas, com uma redução no número total de sistemas na lista.
O compromisso com a eficiência é evidente no GREEN500, ranking paralelo que mede o desempenho energético. O sistema JEDI (Alemanha) repetiu como o mais eficiente do mundo, com 72,73 gigaflops/watt. A França destaca dois de seus sistemas, ROMEO-2025 e Adastra 2, entre os três mais notáveis. Importante ressaltar que tanto o El Capitan quanto o Frontier, além de potência, também atingem altos níveis de eficiência, demonstrando que a supercomputação pode avançar sem aumentar drasticamente o consumo elétrico.
No contexto global, o TOP500 reflete a consolidação da AMD e Intel como os processadores predominantes nos sistemas mais potentes, o crescimento dos aceleradores GPU para IA e ciência de dados, e a hegemonia das redes HPE Slingshot na interconexão de nós. Os Estados Unidos somam 173 sistemas na lista e continuam na liderança, enquanto a Europa se aproxima com 163. A Ásia, especialmente a China, mostra um retrocesso relativo.
A supercomputação exascale já é uma realidade e promete transformar áreas como inteligência artificial, simulação científica, energia e medicina personalizada. A liderança dos EUA é indiscutível, mas Europa e Ásia continuam em uma corrida aberta pela soberania tecnológica na computação mais avançada do planeta.