Colette Kress, CFO da NVIDIA, faz revelações impactantes na conferência da Goldman Sachs
Durante a conferência Goldman Sachs Communacopia + Technology Conference, Colette Kress, diretora financeira da NVIDIA, trouxe uma série de declarações que prometem agitar o mercado de tecnologia. Entre os anúncios, a possibilidade de a empresa registrar até 5 bilhões de dólares em receitas provenientes da venda de sua GPU H20 na China, dependendo da evolução das tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e a China.
Kress destacou que a NVIDIA recebeu licenças do governo americano para exportar suas GPUs H20, projetadas para atender às restrições comerciais, mas alertou que as vendas ainda estão condicionadas à estabilidade nas relações entre Washington e Pequim. “Existe uma forte possibilidade de que os envios se completem, mas ainda temos que superar questões políticas entre ambos os governos”, enfatizou a CFO.
Se concretizado, esse potencial aumento nos lucros proporcionaria um alívio significativo para os investidores, após semanas de pressão no mercado financeiro. No entanto, a incerteza se intensifica em meio às diretrizes do governo chinês, que incentivam empresas a trocarem chips estrangeiros por soluções locais, representando um desafio direto à liderança da NVIDIA em aceleradores de inteligência artificial.
Além da questão chinesa, Kress também relatou um crescimento robusto na receita de centros de dados, com expectativas de um aumento de 17% para o terceiro trimestre, seguindo um crescimento precedentemente de 12% no segundo trimestre. Ela comentou sobre a rápida adoção das arquiteturas GB200 e GB300 Ultra, mencionando que estas últimas têm mostrado um potencial de crescimento trimestral de até 300%.
A CFO também fez comentários sobre a competição, referindo-se à recente notícia de que a Broadcom teria garantido um contrato de 10 bilhões de dólares em chips de IA personalizados. Kress defendeu a estratégia da NVIDIA, ao afirmar que a chave do sucesso reside em fornecer soluções de centro de dados completos, otimizados não apenas por potência, mas também por eficiência energética e custo.
Ainda mais empolgante é a antecipação em torno da nova geração de chips da NVIDIA, denominada Vera Rubin. Kress confirmou que a empresa já possui seis chips Vera Rubin “tapeados”, um sinal de que o cronograma de desenvolvimento está progredindo conforme o planejado. A energia necessária para a adoção desses chips deve ser considerável, chegando a vários gigawatts, o que indica que a empresa está preparando suas operações para essa nova demanda.
Por fim, as palavras de Kress refletem a dualidade atual no mercado de chips de IA, com uma demanda crescente que produz receitas recordes, mas também com obstáculos geopolíticos e energéticos que podem impactar a acessibilidade a mercados críticos. Com a H20 como foco na China e Vera Rubin como a próxima grande aposta, a NVIDIA mostra que sua vantagem competitiva vai além de um chip isolado, enfatizando a importância dos ecossistemas integrados que unificam hardware, software e energia.