No dia 17 de março, teve início em Genebra mais uma sessão da Comissão das Nações Unidas sobre Desaparecimentos Forçados, com um espaço reservado para homenagear as vítimas desse crime. Durante a abertura do evento, um homem emocionado compartilhou sua dor ao relatar o desaparecimento de seu irmão e sobrinho na Síria, ocorridos em 2013, enfatizando a luta incansável dos familiares em busca de respostas.
Este encontro, que se estenderá até 4 de abril, tem como foco a análise da situação em cinco países: Sérvia, Gâmbia, República Centro-Africana, Bélgica e Malta. Entre os assuntos pautados, destaca-se a expectativa de que Argentina e Peru respondam a solicitações específicas relacionadas a casos de desaparecimentos forçados, com o intuito de esclarecer e abordar as preocupações levantadas.
A Comissão revisará também seu relatório sobre ações urgentes, que já contabiliza 2 mil registros até o dia 12 de março. O grupo ouvirá em sessão fechada uma queixa individual sobre o México e adotará o relatório referente a uma visita realizada à Colômbia no ano anterior.
A Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas dos Desaparecimentos Forçados, aprovada em 2006, estabelece obrigações para todos os Estados-membros, incluindo a necessidade de criminalizar o crime de desaparecimento forçado, mesmo em tempos de guerras ou emergências. O desaparecimento é classificado como um crime contra a humanidade quando ocorrer de forma sistemática, exigindo que os países busquem as pessoas desaparecidas, investiguem os casos e garantam acesso à justiça e reparações às vítimas.
O tratado foi resultado de um esforço contínuo de famílias de desaparecidos e de organizações não-governamentais que atuam mundialmente, refletindo a urgente necessidade de abordar a questão da impunidade e assegurar que os direitos humanos sejam respeitados em todas as nações.
Origem: Nações Unidas