A escassez de memória na corrida pela Inteligência Artificial está impulsionando a indústria a soluções cada vez mais criativas. Recentemente, começaram a circular informações sobre a venda de placas de vídeo GeForce RTX 5080 na China, equipadas com uma configuração “turbinada” de 32 GB de VRAM, o que duplica a especificação original do modelo.
Essa novidade não é resultado de um anúncio oficial da NVIDIA, nem de um fabricante conhecido, mas sim de um ecossistema de modders e distribuidores locais que, em gerações anteriores, já adaptaram GPUs de consumo para finalidades mais próximas às estações de trabalho. Essas adaptações incluem inferências, ajustes leves e uso com modelos de grande porte, tarefas nas quais a VRAM é mais crucial do que o desempenho bruto.
Relatos indicam que as RTX 5080 “de 32 GB” estão sendo vendidas com um design tipo blower, um modelo clássico pensado para expulsar o ar quente fora do gabinete, ideal para ambientes densos, com várias GPUs ou que priorizam o fluxo de ar. O elemento mais intrigante dessa história é a utilização de módulos GDDR7 de 3 GB, chips que a indústria tem desenvolvido para aumentar a densidade da memória sem aumentar o número de chips por placa.
Entretanto, é importante destacar que não há confirmações independentes sólidas sobre a estabilidade ou padronização dessas unidades. O fenômeno é plausível, pois já foi observado em outras placas antes, mas os detalhes podem variar entre lotes e revisões.
A crescente demanda por VRAM se deve ao fato de que, enquanto em jogos 16 GB são considerados suficientes, na IA cada gigabyte adicional pode abrir novas possibilidades, como modelos maiores e sem a necessidade de particionamento, tamanhos de lotes mais confortáveis e menos trabalho extra com a memória RAM do sistema.
Além disso, o contexto geopolítico e de suprimentos afeta a situação. A China tem incentivos claros para aproveitar o hardware disponível localmente, especialmente em um cenário onde o hardware mais avançado para IA enfrenta restrições e controles de exportação que mudam constantemente.
A pressão sobre os módulos GDDR7 também é um ponto de atenção, pois a crescente demanda para essas “conversões” não é apenas uma curiosidade de nicho; pode se transformar em um fator significativo de tensão no mercado. A competição por suprimentos e a possível diminuição da disponibilidade em canais regulares são questões que necessitam ser observadas.
Por fim, a questão de segurança na compra dessas GPUs desgastadas levanta um alerta: os usuários precisam considerar não apenas se a GPU “funciona”, mas também o que estão realmente adquirindo e os riscos associados ao uso prolongado dessas versões modificadas. Especialistas indicam que a VRAM está se tornando o gargalo mais caro em muitas configurações, levando os profissionais a buscar alternativas, desde GPUs profissionais usadas até alterações não oficiais.
Essa nova demanda por RTX com mais VRAM para aplicações de IA acende um sinal de alerta para a NVIDIA, que deve observar duas tendências: um segmento está disposto a investir em mais VRAM, mesmo em placas não projetadas para estações de trabalho, e a necessidade crescente de densidade de memória e estabilidade térmica no mercado de consumo, influenciado pela evolução da IA.






