Microsoft anunciou em Berlim o lançamento de seu novo Programa Europeu de Segurança, uma iniciativa estratégica que visa ampliar e reforçar a proteção contra ameaças cibernéticas em toda a Europa. O programa, apresentado por Brad Smith, presidente da Microsoft, surge em um contexto de crescente sofisticação dos ciberataques, com a inteligência artificial e agentes estatais de países como Rússia, China, Irã e Coreia do Norte desempenhando um papel central na atividade maliciosa detectada no continente.
Inteligência Artificial como Pilar da Defesa Digital
O novo programa utiliza a IA como ferramenta essencial para antecipar, detectar e mitigar ameaças, inserindo a inovação tecnológica a serviço da segurança de infraestruturas tradicionais e das novas tecnologias baseadas em inteligência artificial. A Microsoft destaca que a proliferação de técnicas como ransomware como serviço e o uso de IA para reconhecimento, tradução e evasão de detecção exigem a evolução dos mecanismos de defesa.
A empresa monitora ativamente o uso indevido de seus modelos de IA, bloqueando o acesso a agentes de ameaças conhecidas e priorizando o desenvolvimento seguro desses sistemas. Além disso, a Microsoft reforça a colaboração entre os setores público e privado e o intercâmbio de informações com as autoridades europeias para antecipar tendências e compartilhar inteligência sobre cibersegurança.
Três Elementos Fundamentais do Programa
O Programa Europeu de Segurança apresenta três pilares essenciais:
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Intercâmbio Ampliado de Inteligência sobre Ameaças Baseadas em IA com os Governos: A Microsoft aumentará o fluxo de informações processáveis sobre ameaças e vulnerabilidades, adaptadas aos contextos nacionais, com notificações prioritárias e pontos de contato para respostas rápidas a incidentes.
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Investimentos em Capacidades e Resiliência em Cibersegurança: O programa contempla parcerias reforçadas com organismos como a Europol e apoio a iniciativas civis e projetos de código aberto que são fundamentais para a infraestrutura digital europeia.
- Acordos para Interromper Operações Maliciosas: A Microsoft destaca ações coordenadas com forças de segurança, como a desarticulação da botnet Lumma, e a implementação de um sistema automatizado de eliminação de domínios maliciosos.
Europa como Alvo de Ciberameaças
De acordo com a Microsoft, ataques de agentes estatais russos e chineses continuam a focar na Ucrânia e em aliados europeus, enquanto Irã e Coreia do Norte priorizam espionagem e roubo de credenciais. Campanhas de desinformação, por meio de IA e deepfakes, têm se intensificado, comprometendo dados geopolíticos e minando a confiança pública em instituições democráticas.
O programa, que será disponibilizado gratuitamente para os governos dos 27 Estados membros da UE, países candidatos e outros associados, posiciona a Microsoft como um parceiro confiável no ecossistema digital europeu.
Compromisso com a Resiliência Coletiva
Brad Smith enfatizou que “a cibersegurança é um esforço coletivo” e a importância de investir em pessoas, instituições e tecnologia para se antecipar e se recuperar de ataques. A Microsoft se compromete a manter a transparência e a colaboração com os governos, reafirmando seu compromisso duradouro com a Europa e a segurança digital.