Dados recentes do Banco de Portugal revelam que metade dos pensionistas de velhice está a receber uma pensão inferior a 462 euros, mesmo com a média estabelecida em 645 euros. Os economistas que analisaram os microdados da Segurança Social em 2024 notaram uma “dispersão elevada” nas pensões, com 5% dos pensionistas a receber mais de 1.685 euros. Este cenário revela uma concentração preocupante de rendimentos baixos, afetando em especial a maioria dos pensionistas que percebem valores significativamente inferiores à média.
A análise também destacou disparidades entre géneros. As mulheres, em média, têm pensões mais baixas do que os homens, totalizando 490 euros contra 812 euros, com uma diferença de cerca de 40%. Além disso, as mulheres apresentam menor variabilidade nas pensões recebidas e, em geral, são mais velhas, com uma média de idade de 76 anos, 15 meses acima da média masculina. Os dados indicam que a diferença diminui para 28% quando se considera a soma das pensões de velhice e de sobrevivência.
Dos 2,5 milhões de pensionistas, 40% recebe a pensão mínima, um valor que é calculado com base nos anos de contribuição. A situação preocupa, dado que as pensões médias mais baixas ocorreram nas faixas etárias mais elevadas, com pensionistas acima de 80 anos a receberem apenas 537 euros, em contraste com os 770 euros dos que têm menos de 65 anos. A análise conclui que, embora o diferencial de género esteja a diminuir gradualmente, ainda persiste uma lacuna significativa que reflete problemas estruturais no mercado de trabalho e nas carreiras contributivas.
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