O ano de 2025 começa com uma dinâmica favorável no mercado hipotecário espanhol, marcada pela estabilidade nas taxas de juros e uma crescente preferência por hipotecas a taxa fixa. De acordo com o último estudo do Centro de Estudos Trioteca (CET), 80,5% das hipotecas firmadas em janeiro foram do tipo fixo, consolidando-se como a opção preferida dos compradores que buscam estabilidade financeira.
Além disso, os dados mostram que as hipotecas mistas representaram 19,5% das operações assinadas, com condições que incluem um período fixo a 1,81% e um índice variável referenciado ao Euríbor +0,83%. Enquanto isso, o Euríbor encerrou janeiro com uma média de 2,53%, permitindo que alguns bancos ofereçam hipotecas fixas com taxas inferiores ao próprio índice de referência, um fenômeno raro no setor.
A disposição dos bancos em conceder crédito hipotecário de forma massiva é um dos fatores-chave nesse cenário. Segundo Ricard Garriga, CEO da Trioteca, o mercado começou o ano com uma média de 2,37% TIN para hipotecas fixas, evidenciando a intenção das instituições financeiras de manter condições atrativas para os compradores.
No que diz respeito à renegociação de hipotecas, os dados do CET indicam que os clientes que optaram por melhorar suas condições hipotecárias conseguiram uma economia média mensal de 342 euros em hipotecas fixas e 311 euros em hipotecas mistas, o que reforça a oportunidade de otimizar os empréstimos neste ambiente de estabilidade de taxas.
Outro aspecto relevante do relatório é a evolução do valor médio das habitações financiadas, que em janeiro se situou em 245.000 euros, apresentando uma leve queda em relação ao fechamento de 2024. No entanto, essa diminuição não é resultado de uma queda nos preços, mas sim da entrada de novos compradores com menor capacidade aquisitiva, que têm encontrado oportunidades no mercado graças às melhores condições financeiras.
Por outro lado, o valor médio das hipotecas assinadas aumentou ligeiramente para 177.000 euros, refletindo a confiança dos compradores na estabilidade das taxas e na capacidade de financiamento dos bancos. Em termos de distribuição do mercado, a construção nova continua a crescer, embora de forma moderada, representando 4,64% das hipotecas concedidas, enquanto o setor da segunda mão abocanhou 95,36% das operações.
Apesar do crescimento do mercado de aluguel nos últimos anos, a propriedade segue sendo a opção majoritária na Espanha. Segundo a análise de um economista, a tendência de compra será reforçada nos próximos anos por três fatores-chave: o aumento do emprego, que fortalecerá a capacidade de endividamento dos compradores; o incremento dos salários reais, facilitando o acesso ao financiamento; e condições hipotecárias mais favoráveis, que podem se manter em um ambiente de taxas estáveis ou em queda.
A cultura da propriedade na Espanha está profundamente enraizada, com uma porcentagem de proprietários crescendo de forma constante desde meados do século XX. A maioria dos que hoje estão alugando não o faz por escolha, mas sim por falta de capacidade financeira. Porém, à medida que os salários e as condições hipotecárias melhorarem, muitos deles poderão dar o salto para a compra.
O relatório do Centro de Estudos Trioteca confirma que o início de 2025 é um bom momento para a financiamento imobiliário, com hipotecas fixas em níveis competitivos e bancos dispostos a conceder crédito. Apesar da leve alta do Euríbor, as instituições financeiras mantêm ofertas atrativas que permitem o acesso a empréstimos com taxas abaixo do índice de referência, algo pouco comum no mercado. Para aqueles que buscam estabilidade na sua contratação financeira, renegociar ou contratar uma hipoteca fixa continua a ser uma opção sólida neste início de ano.
A evolução do setor nos próximos meses dependerá da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e da resposta do mercado às mudanças na concessão de financiamentos. No entanto, os dados atuais sugerem que o mercado hipotecário espanhol continuará a mostrar solidez e oportunidades para os compradores em 2025.