António Guterres, secretário-geral da ONU, encontra-se na África do Sul para participar da Cúpula do G20, que reúne as 20 maiores economias do mundo, incluindo o Brasil, em Johannesburgo. Em uma coletiva de imprensa, ele destacou a necessidade de liderança e visão do G20, ressaltando que o mundo enfrenta um momento de turbulência, desigualdades crescentes, conflitos e o agravamento das mudanças climáticas.
Com o tema “Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade”, Guterres vê a reunião como uma oportunidade essencial para promover reformas econômicas que abordem desigualdades históricas, acelerem o financiamento climático e reforcem os esforços para interromper conflitos que causam instabilidade global. O secretário-geral expressou preocupação com a situação de muitos países, especialmente na África, que lidam com dívidas insustentáveis e uma escassa capacidade fiscal, além de uma arquitetura financeira que não os apoia adequadamente.
Guterres apelou por reformas significativas nas instituições financeiras internacionais, aumento na capacidade de empréstimos dos bancos multilaterais e a eliminação de barreiras comerciais. Ele também enfatizou a importância de ajudar os países em desenvolvimento a mobilizar mais recursos internos.
Além disso, o líder da ONU alertou que o planeta deve ultrapassar o limite de 1,5ºC, o que exige uma ação urgente para minimizar essa violação. Guterres reiterou que os países desenvolvidos precisam cumprir suas promessas de financiamento, que incluem a duplicação dos recursos para adaptação climática e a mobilização de 300 bilhões de dólares anuais para as nações em desenvolvimento até 2035. Ele destacou a necessidade de uma transição energética justa que beneficie a África, que possui grande potencial renovável, mas que atrai apenas uma pequena parte dos investimentos globais. Para isso, sugere que os subsídios aos combustíveis fósseis sejam substituídos por apoio a energias limpas, criando empregos dignos e infraestrutura sustentável.
Por fim, Guterres fez um apelo ao G20 para usar sua influência para interromper conflitos que resultam em mortes e destruição em várias partes do mundo, incluindo o Sudão, a República Democrática do Congo, o Sahel, Gaza e a Ucrânia. Ele reiterou que a paz duradoura deve ser fundamentada no direito internacional e no respeito pela soberania dos povos.
Origem: Nações Unidas





