A depressão pós-tropical Gabrielle, que já havia causado impacto no arquipélago dos Açores, aproximou-se do continente português na noite de 27 de setembro, localizando-se a cerca de 220 km a oeste do Porto. Com a sua transição para uma fase extra-tropical, a tempestade apresentou características meteorológicas típicas de um sistema poderoso, como uma massa de ar quente e húmido. A previsão do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) sugeriu um movimento em direção ao nordeste, com o núcleo da tempestade iniciando a passagem por terra próximo à cidade de Aveiro.
Durante a manhã de 28 de setembro, a depressão começou a mostrar sinais de dissipação, mas não sem antes trazer chuvas intensas, especialmente nas regiões do Minho e Douro Litoral. O maior registro ocorreu em Porto-São Gens, onde foram acumulados 15.5 mm em apenas uma hora. No total, a região do Porto viu cerca de 70 mm de precipitação entre as 22 horas de 27 de setembro e as 4 horas do dia seguinte.
Os ventos também foram um ponto crucial da tempestade, com rajadas que atingiram velocidades de até 105.5 km/h na Fóia e 96.5 km/h em Pampilhosa da Serra. Essas rajadas intensas foram observadas especialmente em áreas de maior altitude e nas proximidades do litoral. A situação foi monitorada continuamente por equipamentos de radar e satélite, que revelaram a trajetória e a intensidade das bandas de precipitação ao longo do percurso da depressão.
Apesar do impacto significativo, as condições de intensidade da tempestade foram inferiores comparadas a eventos anteriores, limitando os danos em diversas localidades da região sul, onde a precipitação foi mais leve. As autoridades continuam a monitorar as condições meteorológicas, uma vez que a mudança climática traz imprevisibilidade aos padrões de tempo, exigindo atenção contínua e preparação para eventos severos.
Origem: Instituto Português do Mar e da Atmosfera
