A Economia Digital: A Emergência de Madrid como Hub de Conectividade
A economia digital é impulsionada por duas forças fundamentais que precisam coexistir: capacidade e interconexão. De um lado, empresas e provedores de serviços em nuvem buscam megawatts e espaço para acomodar cargas de trabalho em crescimento acelerado, como inteligência artificial e computação em nuvem. Do outro lado, essas empresas dependem de ecossistemas robustos que incluam conectividade e parceiros que movem dados com agilidade.
Os “carrier hotels” mais icônicos do mundo, como 60 Hudson Street (Nova Iorque) e 350 East Cermak (Chicago), aumentaram seu status por oferecer ambas as soluções. Esse equilíbrio está reformulando o cenário europeu, colocando Madrid em destaque na disputa global por centros de dados.
David Carrero, cofundador da Stackscale, destaca que “um centro de dados que possui apenas megawatts é um armazém caro, e aquele que tem apenas fibras e IXPs é um beco sem saída”. A verdadeira proposta de valor reside na combinação de capacidade e interconexão em um único ecossistema.
Interconexão: O Coração da Infraestrutura Digital
A interconexão transforma edifícios que abrigam servidores em mercados dinâmicos de conectividade. As empresas buscam não apenas espaço, mas também o ecossistema que ali habita. A eficiência de custos e a baixa latência são vantagens que esses centros oferecem ao permitir conexões diretas entre provedores.
Nos Estados Unidos, empresas como Digital Realty e Equinix transformaram seus edifícios em pontos de atração para carriers e redes de nuvem, estendendo seu valor por meio de interconexões neutras que promovem a conectividade entre diferentes geografias e fornecedores.
Capacidade: A Base do Crescimento Real
A capacidade é o que sustenta o crescimento contínuo. Um “carrier hotel” moderno deve garantir ambos: interconexão e a densidade de potência necessária para suportar cargas de alta demanda, como inteligência artificial. Em Madrid, esse equilíbrio tem se tornado um diferencial competitivo, atraindo operações críticas e investimentos significativos.
Madrid em Ascensão
Madrid, tradicionalmente vista como uma alternativa, transforma-se em um hub central devido à sua capacidade elétrica expansiva, interconexões com IXPs como DE-CIX e sua proximidade com cabos submarinos. A cidade oferece baixa latência para diversos mercados, incluindo o norte da África e a Europa central.
Além disso, a cidade está se consolidando como a principal porta de entrada para o sul da Europa e garante latências competitivas em relação a outros hubs do continente.
Conclusão: A Nova Fronteira da Economia Digital
Para 2025, a escolha não será mais entre capacidade ou interconexão, mas sim como equilibrar essas duas necessidades. Os “carrier hotels” e centros de dados que melhor combinam essas demandas em Madrid, Marselha, Londres e Frankfurt se tornarão os pontos de gravidade de dados de uma economia digital interconectada.
Empresas que optarem por se estabelecer em locais onde esses ecossistemas já existem economizarão em latência, custos e, acima de tudo, tempo. A transformação digital exige esse novo paradigma, e Madrid está preparada para liderar essa mudança na Europa.


