Em 2023, a economia portuguesa demonstrou avanços significativos na eficiência energética, com a intensidade energética situada em 3,7 MJ/€, o que representa uma redução de 6,4% em relação a 2022. Este é o menor valor registrado na série histórica. O declínio na intensidade energética deve-se a uma diminuição de 3,5% na utilização de energia, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,1% no mesmo período.
No entanto, no setor das famílias, a situação revelou-se diferente. A intensidade energética aumentou 2,1%, impulsionada por um aumento de 4,5% no consumo de produtos energéticos, que superou o crescimento do consumo privado, que foi de 2,3%. Essa discrepância ressalta a necessidade de políticas direcionadas que visem não apenas a eficiência energética do setor econômico, mas também a conscientização sobre o consumo nas residências.
Em contraste, a produção de eletricidade a partir de fontes renováveis viu um crescimento expressivo de 15,2%, favorecida pela maior disponibilidade hídrica, que aumentou 84,2%, e pelo significativo crescimento da produção solar, que subiu 35,2%. As energias renováveis agora representam 62,4% da produção total de eletricidade em Portugal, o nível mais elevado desde o ano 2000. Esta mudança reflete uma acentuada redução na utilização de gás natural, que caiu 37,3%, e a eliminação do carvão na produção elétrica, após o fechamento, em 2021, das últimas duas centrais a carvão do país.
Em 2022, ano que possui dados comparáveis para a União Europeia, Portugal foi destacado como o segundo Estado-Membro com menor intensidade energética, evidenciando a trajetória do país em direção a uma economia mais sustentável e menos dependente de combustíveis fósseis. A continuidade dessas tendências será crucial para os esforços de descarbonização e para a transição energética em curso.
Origem: Instituto Nacional de Estatística






