A novena edição do Congresso Controller Centricity 2025, realizada na Torre Foster Moeve em Madrid, destacou a importância crucial da função de controle de gestão em um ambiente empresarial cada vez mais disruptivo. O evento reuniu dez especialistas que abordaram os desafios enfrentados pela profissão, que busca se tornar parceira estratégica dos negócios ao integrar a inteligência artificial (IA) e focar no cliente.
Xavier Marcet, consultor renomado, enfatizou a necessidade de um liderança humanista nesta nova era. Segundo ele, o futuro dos Controllers depende da capacidade de combinar as habilidades da IA com uma compreensão profunda das pessoas e dos valores empresariais. “É vital que os Controllers agreguem valor, ofereçam contexto e consigam identificar erros”, afirmou.
Organizado pelo Global Chartered Controller Institute (GCCI), o congresso congregou profissionais destacados de multinacionais para explorar como a inteligência artificial pode se tornar um motor de competitividade. Luís Garvía Vega, especialista em riscos financeiros e professor na ICADE, ressaltou a importância de redesenhar as formas de atender as pessoas, além da mera implementação de tecnologia. Para ele, “o uso estratégico e ético dos dados será essencial para antecipar comportamentos e oferecer serviços personalizados”.
Durante o evento, foi apresentado o caso de sucesso da Zelestra, uma empresa familiar de energias renováveis que se expandiu em um grupo global multitecnológico. Luján de la Rica, diretora de Transformação Digital da companhia, detalhou como um modelo de controle de gestão integral permitiu traduzir dados operacionais em insights práticos, utilizando um sistema SAP que fornece informações financeiras em tempo real.
Sanjay Shadadpuri, consultor, discutiu as potencialidades da inteligência artificial para simplificar tarefas repetitivas com assistentes como o Perplexity Comet e ferramentas No Code/Low Code. Contudo, ele alertou sobre a necessidade de avaliar cuidadosamente os vieses e lacunas de segurança ao compartilhar dados empresariais.
Benigno Prieto, sócio da KPMG Espanha, afirmou que os Controllers devem evoluir de meros parceiros de negócios para se tornarem parceiros estratégicos. Essa mudança exige a automatização de até 90% dos dados em um prazo de três anos, com foco na medição adequada, consistência dos dados, adoção de tecnologias emergentes e desenvolvimento das habilidades necessárias.
Em uma mesa redonda com Alejandra Pino de Moeve, Iranzu Sola de Viscofan, Ana Martín de Ferrovial e De la Rica, os especialistas concordaram que os desafios imediatos incluem a interpretação correta de dados, a adaptação às mudanças tecnológicas e a automatização de tarefas para se concentrar em questões de maior valor.
O evento concluiu com uma mensagem poderosa de Marcet sobre a relevância de uma liderança que una capacidades tecnológicas a uma conexão humanista, uma necessidade imperativa na era da inteligência artificial.


