Intel anunciou uma série de mudanças significativas em sua estratégia após a divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre de 2025, que mostram uma perda líquida de 2,918 bilhões de dólares, em comparação com perdas de 1,610 bilhões no mesmo período do ano anterior. Embora os receitas tenham se mantido praticamente estáveis em 12,9 bilhões de dólares, a empresa enfrentou dificuldades devido à queda do margem bruto e custos extraordinários relacionados a reestruturações.
O preço por ação (EPS) no padrão GAAP foi de –0,67 dólares, afetado por 1,9 bilhões em despesas de reestruturação e mais 1 bilhão em amortizações. Excluindo esses fatores, o EPS não-GAAP ficou em –0,10 dólares. Diante desse cenário, o CEO da Intel, Lip-Bu Tan, reafirmou o compromisso da empresa em fortalecer sua linha de produtos, especialmente na área de inteligência artificial, e em realizar uma transformação interna que a torne mais ágil e disciplinada financeiramente.
Além disso, a companhia iniciará um plano agressivo de cortes de 15% em sua força de trabalho, com o objetivo de encerrar 2025 com cerca de 75.000 funcionários. Essa reestruturação resultou em um custo significativo, explicando parte das perdas financeiras. Para aumentar sua eficiência, a Intel cancelou projetos de expansão na Europa e decidiu desacelerar a construção de uma nova planta em Ohio, em busca de uma melhor visibilidade sobre a demanda futura. As operações de montagem e teste em Costa Rica serão consolidadas em centros na Malásia e no Vietnã, conforme indicado pelo CFO David Zinsner.
No que diz respeito às divisões de negócios, a unidade de computação para clientes gerou 7,871 bilhões de dólares, uma diminuição de 3% em relação ao ano anterior. Em contrapartida, a divisão de data centers e inteligência artificial teve um aumento de 4%, com receitas de 3,939 bilhões. A apuesta da Intel na foundry, vista como crucial para competir com TSMC, rendeu 4,417 bilhões de dólares, um crescimento de 3% em relação ao ano passado.
Em relação a investimentos, a empresa mantém uma previsão de gastos de capital para 2025 em 18 bilhões de dólares, embora espere receber entre 3 e 5 bilhões em incentivos governamentais e até 5 bilhões de contribuições de parceiros, implicando um gasto líquido entre 8 e 11 bilhões de dólares. A Intel continua apostando em sua linha de processadores Xeon 6 e na futura família Panther Lake, com progresso na produção de chips sob a nova tecnologia de 18 angstroms.
Para o próximo trimestre, a empresa espera receitas entre 12,6 e 13,6 bilhões de dólares, com um margem bruto GAAP de 34,1%. O EPS deve ser de –0,24 dólares no padrão GAAP e de 0,00 dólares no padrão não-GAAP. Esses números preliminares sugerem uma possível estabilização em meio a uma fase de transição.
Apesar das expectativas de recuperação, a Intel ainda enfrenta desafios consideráveis, incluindo margens pressionadas e uma concorrência acirrada no setor de semicondutores. A confiança da empresa está depositada em sua reestruturação e na aposta em inteligência artificial, com a esperança de que essas estratégias possam levar a uma trajetória de crescimento sustentável nos próximos anos.