O Conselho de Segurança da ONU se reuniu nesta terça-feira para discutir o apoio a sobreviventes de violência sexual em zonas de conflito, onde os serviços essenciais são escassos. A representante especial do secretário-geral sobre Violência Sexual em Conflito, Pramila Patten, alertou para o colapso desses serviços, ressaltando que o mundo assiste “em silêncio” a essa deterioração.
Durante a reunião, destacou-se o aumento dos gastos militares em comparação com o investimento em medidas contra a violência de gênero. Patten afirmou que, em apenas 24 horas, os países gastam mais com armamentos do que um ano inteiro de esforços para combater essa violação dos direitos humanos. Ela criticou os cortes em ajuda humanitária, ressaltando que a colaboração global é crucial em um momento em que o militarismo cresce e os direitos das mulheres estão sendo revertidos.
O cenário é especialmente preocupante na República Democrática do Congo, onde muitas clínicas estão se recusando a atender sobreviventes devido à falta de cuidados adequados. Patten mencionou que em países como Sudão, Ucrânia e Etiópia, os sistemas de saúde foram devastados, forçando organizações humanitárias a operar com recursos cada vez mais limitados. A situação é igualmente alarmante na Faixa de Gaza.
Além disso, Patten lamentou os retrocessos nos financiamentos que garantem o atendimento às vítimas e pediu que os membros do Conselho responsabilizassem aqueles que cometem ou toleram tais violações. Com um aumento de 25% nos registros de violência sexual associada a conflitos em 2024, totalizando 4,6 mil casos documentados, o impacto é desproporcional sobre mulheres e meninas, que representam mais de 90% das vítimas. A violência sexual contra crianças também cresceu significativamente, intensificando a necessidade urgente de ação.
Origem: Nações Unidas