Todos os dias, mais de 100 crianças menores de cinco anos perdem a vida em decorrência de doenças relacionadas à poluição do ar na região da Ásia Oriental e do Pacífico. Essa preocupante realidade foi revelada em uma análise recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), publicada nesta quinta-feira, que aponta que aproximadamente 500 milhões de crianças estão enfrentando os efeitos prejudiciais do ar tóxico na área.
O estudo destaca que, entre os menores de cinco anos, uma em cada quatro mortes está vinculada a essa crise de poluição, sendo que a metade dos óbitos ocorre devido à poluição doméstica gerada pela queima de combustíveis para aquecimento e cocção. Além disso, cerca de 325 milhões de crianças residem em países com níveis alarmantes de poluentes originados da queima de combustíveis fósseis, biomassa e resíduos agrícolas. Este tipo de poluição não só afeta a saúde infantil, mas também contribui para emissores de gases do efeito estufa, exacerbando as mudanças climáticas.
A diretora regional da Unicef para a Ásia Oriental e Pacífico, June Kunugi, alertou que a qualidade do ar que essas crianças estão respirando contém níveis perigosos de poluição, que podem comprometer o crescimento saudável, a função pulmonar e o desenvolvimento cognitivo. Esse cenário de risco começa antes mesmo do nascimento, com a exposição a poluentes que podem resultar em partos prematuros e baixas taxas de peso ao nascer.
Os danos prosseguem nos primeiros anos de vida, período em que as crianças são especialmente vulneráveis a condições como asma e lesões pulmonares, agravadas pela proximidade de fontes de poluição, como veículos e indústrias. A situação é ainda mais crítica para as crianças em situação de pobreza que vivem em áreas próximas a fábricas e rodovias.
Adicionalmente, o impacto econômico da poluição do ar é alarmante. O Banco Mundial estimou que, em 2019, a poluição atmosférica causou mortes prematuras e doenças que resultaram em perdas de 9,3% do Produto Interno Bruto (PIB) da região, totalizando mais de US$ 2,5 bilhões. Assim, a crise ambiental não apenas coloca em risco a saúde infantil, mas também sobrecarrega sistemas de saúde já debilitados e compromete a educação e a produtividade das futuras gerações.
Origem: Nações Unidas