Huawei avança em soberania tecnológica com o Kirin X90
Huawei está prestes a dar um grande passo em sua estratégia de independência tecnológica com o lançamento do Kirin X90, seu primeiro System-on-Chip (SoC) desenvolvido especificamente para laptops. De acordo com informações do conhecido vazador Digital Chat Station, esse novo processador representa uma evolução significativa em relação ao atual Kirin 9010 e será integrado nos primeiros laptops que utilizarão o sistema operacional HarmonyOS Next, também desenvolvido pela Huawei.
Esse movimento não se resume apenas ao hardware; a empresa visa romper definitivamente com os ecossistemas do Windows 11 e dos processadores da Intel e AMD. O objetivo é oferecer uma alternativa totalmente integrada e otimizada para seus dispositivos, cobrindo tanto o sistema quanto a arquitetura.
Com uma arquitetura híbrida de 10 núcleos dispostos em uma configuração 4+4+2, o Kirin X90 tem a capacidade de executar até 20 threads simultaneamente, utilizando tecnologia similar ao hyperthreading. Essa estrutura permite uma otimização significativa do desempenho em cenários de multitarefa, adaptando-se a diversas cargas de trabalho de forma mais eficiente.
Além de seu design avançado, o SoC também inclui suporte para algoritmos criptográficos SM3 e SM4, normas de segurança adotadas em setores como o financeiro e a administração pública na China. A expectativa é que o Kirin X90 seja capaz de alcançar frequências de clock mais altas, aproveitando a capacidade térmica superior dos laptops em comparação aos smartphones.
A chegada do primeiro laptop com HarmonyOS e a CPU própria da Huawei está prevista para 19 de maio de 2025. Esse lançamento promete desafiar o domínio do Windows e macOS no mercado de informática pessoal, lembrando a transição da Apple para seus chips Apple Silicon em 2020.
Com o HarmonyOS PC, a Huawei almeja criar uma plataforma independente, sem depender de tecnologias estadunidenses ou dos serviços do Google. Essa mudança é parte de um movimento mais amplo da China para reduzir a dependência de tecnologias estrangeiras, especialmente em setores estratégicos como o de semicondutores. O Kirin X90 simboliza esse progresso rumo a uma arquitetura nacional, reforçando a autonomia do ecossistema tecnológico chinês em um contexto de crescente tensão geopolítica.