O secretário-geral da ONU, António Guterres, chegou a Bangladesh para uma visita de solidariedade durante o mês sagrado do Ramadã, com foco na situação dos muçulmanos rohingyas que vivem como refugiados no país. Ao desembarcar, Guterres prestou homenagem aos rohingyas e fez um apelo à comunidade internacional para que não se esqueça desse povo que enfrenta desafios imensos.
Durante suas declarações, o líder da ONU ressaltou a generosidade do povo de Bangladesh em acolher os refugiados, mas enfatizou que o desejo mais profundo dos rohingyas é retornar à sua terra natal, Mianmar. Guterres pediu garantias de paz em Mianmar, onde uma crise política se agrava desde o golpe militar de 2021, e sublinhou a importância de acabar com a discriminação e a perseguição que a minoria rohingya enfrenta.
Os refugiados, segundo Guterres, clamam por melhores condições de vida nos acampamentos que habitam, onde a assistência humanitária é cada vez mais ameaçada. Ele denunciou os cortes drásticos na ajuda humanitária anunciados por países como os Estados Unidos e na Europa, alertando que isso coloca em risco a segurança alimentar nos locais onde os rohingyas estão abrigados.
Nesta visita, Guterres se reuniu com o conselheiro-chefe do governo de Bangladesh, Muhammad Yunus, e juntos viajaram para Cox’s Bazar, onde puderam ver de perto as condições dos refugiados. A agenda do secretário-geral também inclui encontros com jovens e representantes da sociedade civil em Daca, além de uma coletiva de imprensa com o conselheiro de Assuntos Estrangeiros, Touhid Hossain.
A crise dos rohingyas remonta a séculos, mas se intensificou em 2017, quando uma onda de violência forçou milhares a fugir em busca de segurança. Atualmente, cerca de 1 milhão de rohingyas vivem em Cox’s Bazar, onde o campo de refugiados é considerado o maior do mundo. As Nações Unidas já classificaram os rohingyas como “a minoria mais perseguida do mundo”, uma designação que reforça a urgência de uma resposta humanitária e política à sua situação.
Origem: Nações Unidas