Na cidade de Nice, França, o secretário-geral da ONU, António Guterres, deu início à 3ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, destacando a falha da humanidade em cuidar adequadamente desse recurso vital. Durante seu discurso, Guterres alertou sobre a morte dos recifes, o colapso dos estoques de peixes e a elevação do nível do mar, que poderá ameaçar a sobrevivência de muitas ilhas costeiras.
O secretário-geral enfatizou que, apesar dos desafios globais, a conferência traz uma esperança de mudança, permitindo uma transição do “saque” para a proteção dos oceanos. Ao lado de mais de 50 líderes mundiais, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Guterres mencionou a importância da administração sustentável em vez da exploração predatória.
Lula, por sua vez, alertou que os oceanos não devem se transformar em palcos de disputas geopolíticas e destacou o compromisso do Brasil em ratificar o Tratado de Alto Mar. Ele também mencionou a proximidade da COP30, que ocorrerá em Belém, enfatizando a urgência em atender à conservação e ao uso sustentável dos oceanos. O presidente destacou que o espaço marítimo brasileiro é imenso e requer atenção urgente devido aos efeitos das mudanças climáticas e da poluição.
Além disso, o presidente francês, Emmanuel Macron, co-anfitrião do evento, sublinhou que a saúde dos oceanos é essencial para a estabilidade climática e a segurança alimentar. Ele afirmou que o destino dos mares deve ser decidido através do multilateralismo, não por interesses de mercado.
O presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves Robles, também fez sua declaração, enfatizando que a era de retórica se encerrou e que é hora de agir de forma decisiva para proteger os oceanos. Ele pediu uma moratória sobre a mineração do fundo do mar, enquanto há avaliações científicas em andamento.
A conferência, que se estenderá por cinco dias, é um marco para a proteção dos oceanos, com um foco na implementação do histórico Tratado de Alto Mar, que requer o apoio de 60 países para se tornar uma lei internacional obrigatória, além de promover práticas de pesca sustentável e novas iniciativas financeiras voltadas à conservação.
Origem: Nações Unidas