O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Governo de São Tomé e Príncipe fecharam um acordo sobre a segunda revisão do programa de 40 meses respaldado pela Linha de Crédito Ampliada. Este programa visa oferecer assistência financeira a médio prazo a países de baixa renda que enfrentam problemas prolongados em seus balanços financeiros.
O acordo foi alcançado após uma missão do FMI, que ocorreu até 5 de novembro, e demonstra o comprometimento das autoridades em manter a estabilidade macroeconômica e implementar reformas estruturais, mesmo diante dos desafios impostos pela crise energética e inflação persistente. O FMI confirmou que a maioria das metas estabelecidas foi cumprida e que houve progressos significativos em questões macroestruturais.
No entanto, as projeções de crescimento econômico foram revistas para baixo, agora estimando-se um crescimento de 2,1% em 2025, acompanhada por uma inflação crescente, apesar de uma política monetária restritiva. O Fundo, contudo, acredita que o crescimento poderá acelerar para 3,9% em 2026, com ênfase na agricultura, turismo, remessas e investimentos públicos, enquanto a inflação deve desacelerar gradualmente no médio prazo.
O país enfrenta sérias restrições no fornecimento de energia, com cortes prolongados de eletricidade que representam uma ameaça à recuperação econômica. O FMI ressalta a necessidade urgente de reformas no setor energético para liberar o crescimento e aliviar as pressões sobre a dívida pública e as reservas externas.
Com a conclusão dessa revisão, sujeita à aprovação do Conselho Executivo do FMI, São Tomé e Príncipe receberá cerca de 2,1 milhões de Direitos Especiais de Saque (DES), equivalentes a aproximadamente 2,8 milhões de dólares, totalizando 10,1 milhões de DES, ou cerca de 13,4 milhões de dólares, em desembolsos acumulados. O programa, que foi aprovado em dezembro de 2024 e totaliza 18,5 milhões de DES, tem sido vital para a estabilização macroeconômica e para a promoção de reformas estruturais.
O FMI também destacou que os baixos preços internacionais do petróleo têm aliviado as pressões fiscais e externas, facilitando a acumulação de reservas, um dos principais pilares do programa. Durante a missão, o líder da equipe, Slavi Slavov, teve reuniões com o presidente Carlos Vila Nova, o primeiro-ministro Américo d’Oliveira dos Ramos e outros membros do governo, além de representantes do setor privado e parceiros de desenvolvimento.
No final da visita, Slavov enfatizou que o programa do FMI é um catalisador para atrair assistência técnica e financeira internacional. Apesar das vulnerabilidades enfrentadas devido às mudanças climáticas e da falta de diversificação econômica, o FMI considera que São Tomé e Príncipe mostra resiliência e determinação em fortalecer suas bases econômicas. O Fundo conclui que o apoio contínuo da comunidade internacional, em conjunto com a implementação rigorosa de reformas estruturais e a estabilização do setor energético, será essencial para consolidar a recuperação econômica e promover um crescimento sustentável e inclusivo.
Origem: Nações Unidas






