A tensão geopolítica enfrentada em 2024 resultou em um arrefecimento significativo no setor da construção, mas diversas tendências têm o potencial de reverter essa situação. Segundo o relatório Global Powers of Construction 2024 da Deloitte, o aumento da urbanização, o envelhecimento da população, a digitalização e a descarbonização devem impulsionar investimentos robustos em transportes, energia, telecomunicações e ativos digitais. O uso de Building Information Modelling (BIM) e soluções de gestão baseadas em Inteligência Artificial (IA) são esperados para facilitar esse crescimento, projetando uma taxa anual composta de 5,5% para o setor até 2030.
Miguel Fontes, Partner da Deloitte, destacou que, apesar da incerteza geopolítica ter causado uma desaceleração econômica que impactou a construção, a pressão por novas infraestruturas está crescendo à medida que mais pessoas se concentraram em áreas urbanas. Esse fenômeno exige investimentos em infraestrutura e habitação, mostrando que, mesmo em tempos adversos, o setor demonstra resiliência e possui expectativas de crescimento sustentadas no longo prazo. No entanto, as previsões para o curto prazo permanecem voláteis, com uma expectativa de crescimento de apenas 2,3% devido a tensões comerciais e perspectivas de recessão.
O relatório também revela que as 100 principais empresas de construção geraram, no último ano, vendas de 1,978 trilhões de dólares, com 51,2% desse montante vindo de empresas chinesas. A construtora portuguesa Mota-Engil destacou-se ao subir do 71º para o 52º lugar no ranking, alcançando um volume de vendas de 6,439 milhões de dólares, embora o total de receitas das 100 empresas tenha caído 1% em relação ao ano anterior. O crescimento das empresas europeias, que agora somam 42 no ranking, demonstra a importância contínua da região no cenário global, apesar das múltiplas dificuldades enfrentadas, como escassez de mão de obra e volatilidade nos preços das matérias-primas.
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