Uma mulher será a próxima presidente da Assembleia-Geral das Nações Unidas. Annalena Baerbock, da Alemanha, foi eleita para liderar a 80ª sessão do órgão, com início em setembro. A ex-ministra das Relações Exteriores da Alemanha obteve 167 votos, marcando a primeira vez que uma europeia assume o cargo e a quinta vez que a Assembleia conta com uma liderança feminina, desde a presidência de María Fernanda Espinosa, do Equador, há sete anos.
Em seu discurso, Baerbock enfatizou seu compromisso em servir todos os 193 Estados membros da ONU de forma “unificadora” e com “portas abertas”. Ela destacou que a paz e o desenvolvimento são sustentáveis quando as mulheres, que representam metade da população mundial, têm um lugar equitativo nas mesas de decisão.
A nova presidente alertou que o mundo se encontra em uma “corda bamba de incerteza” e que os princípios e a visão da ONU devem criar unidade entre as nações. Baerbock planeja focar em colaborações construtivas, evitando divisões, e a seleção de um novo secretário-geral será um dos momentos mais relevantes da próxima sessão. Ela sublinhou que “inclusão e transparência” serão essenciais neste processo.
Reconhecendo a pressão política e financeira que a ONU enfrenta, ela mencionou várias metas da organização que estão em atraso, incluindo a prevenção de conflitos e o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Uma de suas prioridades será preparar a ONU para o século 21, com um financiamento adequado e maior eficiência operacional.
Baerbock também enfatizou a importância do multilinguismo em seu mandato, com uma equipe que reflita a diversidade regional. Seu objetivo é maximizar o potencial da Assembleia Geral, mostrando que o trabalho do órgão gera uma “diferença real” na vida das pessoas.
O atual presidente, Philémon Yang, parabenizou Baerbock, destacando seu forte compromisso com o multilateralismo. O secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou a visão dela, sintetizada no slogan “Melhores Juntos”, como um “chamado inspirador” ao mundo. Guterres reafirmou seu apoio à nova líder, sublinhando a importância de resgatar os valores de solidariedade e colaboração nas Nações Unidas.
Formada em ciência política e direito público, Baerbock é mestre em direito internacional pela London School of Economics. Desde 2013, tem sido uma figura proeminente na política alemã, atuando em temas cruciais como economia, energia e políticas climáticas, além de ter sido candidata a chanceler nas eleições de 2021.
Origem: Nações Unidas