A decisão do governo espanhol de conceder um contrato de mais de 12,3 milhões de euros à Huawei para a gestão de interceptações judiciais está gerando uma onda de preocupações em Washington. A Comissão Permanente de Inteligência da Câmara de Representantes dos EUA alertou que “a Espanha está brincando com fogo” ao delegar a infraestrutura crítica de segurança a uma empresa chinesa.
A concessionária Huawei, já contratada anteriormente pelo Estado espanhol, agora levanta questões sobre a segurança das escutas feitas pela Polícia Nacional e pelo Centro Nacional de Inteligência (CNI). Legisladores americanos, incluindo a atual diretora nacional de Inteligência, exigiram uma revisão dos acordos de troca de informações entre os países, citando o risco de dados confidenciais chegarem ao Partido Comunista Chinês.
Rick Crawford, presidente da Comissão de Inteligência, criticou a decisão como “quase inimaginável” e advertiu que a presença da Huawei em sistemas críticos representa uma via de potencial espionagem internacional. Ele também destacou que essa escolha torna os cidadãos espanhóis vulneráveis e ameaça a segurança dos aliados dos EUA.
A concessão do contrato levantou dúvidas sobre a soberania de Espanha dentro da OTAN e sua participação em programas de inteligência conjunta. A tensão entre Espanha e Estados Unidos se intensifica, especialmente em um momento de crescente rivalidade tecnológica entre os dois países e a China.
Apesar de a Espanha não ter emitido um pronunciamento oficial, fontes diplomáticas reconhecem que a situação requer atenção. A confiança mútua entre aliados estratégicos está em jogo, e se não forem adotadas medidas para mitigar os riscos, as consequências podem ser significativas para a cooperação internacional.