A administração de Donald Trump endurece suas restrições tecnológicas e ordena que empresas dos EUA cessem a venda de software de design de chips para clientes chineses.
Em um novo capítulo na crescente guerra tecnológica entre os Estados Unidos e a China, a administração Trump decidiu implementar medidas drásticas contra as principais companhias americanas de automação de design eletrônico (EDA). O Financial Times revelou que o Departamento de Comércio dos EUA enviou cartas a empresas como Synopsys, Cadence Design Systems e Siemens EDA, instruindo-as a interromper o fornecimento de tecnologia para a China.
Essas empresas controlam cerca de 80% do mercado chinês de software EDA, um setor essencial para o design e simulação de chips avançados, fundamentais em áreas como inteligência artificial, supercomputação e defesa. Esta decisão se alinha a um esforço mais amplo de Washington para conter o avanço tecnológico de Pequim, com as restrições anteriores já afetando a venda de chips da NVIDIA para empresas chinesas.
O anúncio aconteceu em um momento delicado, logo após um acordo de trégua arancelária de 90 dias entre as duas potências. No entanto, as novas restrições evidenciam a fragilidade do atual equilíbrio diplomático.
Repercussões imediatas foram sentidas nas bolsas de valores, com as ações da Synopsys e Cadence apresentando quedas significativas de 9,6% e 10,7%, respectivamente. A China representa 16% da receita da Synopsys e 12% das vendas da Cadence, levando a um reconhecimento de que ambas as empresas poderão enfrentar uma diminuição em seus lucros.
Por sua vez, a China intensifica seus esforços para reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros, investindo em desenvolvedores nacionais de software EDA. Empresas locais viram suas ações subirem mais de 10% após as novas restrições dos EUA, mas analistas alertam que a transição tecnológica da China poderá levar anos, dada a complexidade do ecossistema existente.
As decisões da administração Trump não apenas acirram a rivalidade tecnológica, mas também redefinem o cenário da indústria de semiconductores, com empresas americanas arriscando a perda de competitividade no maior mercado global de chips, enquanto as companhias chinesas enfrentam o desafio de inovar rapidamente. Essa batalha promete influenciar não apenas as relações entre superpotências, mas também o futuro da revolução digital mundial.