O Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África iniciou um processo de consultas nos 47 estados membros, em resposta à revisão do Código Global de Práticas da OMS para o Recrutamento Internacional de Profissionais de Saúde. A medida surge em um contexto em que a migração de profissionais da saúde para outras partes do mundo tem impactado gravemente os sistemas de saúde africanos, gerando um déficit significativo de mão de obra qualificada.
O Código, que foi adotado em 2010, visa garantir a equidade no recrutamento de profissionais de saúde entre as nações. A revisão pretende assegurar que as especificidades e prioridades regionais sejam levadas em consideração, ressaltando a urgência de um debate que reflita a realidade africana. Os líderes da região estão determinados a moldar a narrativa sobre a migração de saúde e buscar soluções que beneficiem, em primeiro lugar, as comunidades locais.
A diretora de Sistemas e Serviços de Saúde do Escritório Regional da OMS, Adelheid Werimo Onyango, destacou que os resultados das consultas devem resultar em um Código que não apenas estabeleça princípios, mas que também ofereça diretrizes práticas para enfrentar os desafios contemporâneos, principalmente diante do recrutamento internacional cada vez mais agressivo.
A preocupação central gira em torno da manutenção de profissionais em suas regiões de origem, de maneira que hospitais e clínicas não enfrentem escassez de pessoal. Estudos recentes indicam que muitos médicos e enfermeiros estão sendo atraídos para mercados mais lucrativos na Europa e no Oriente Médio, levando a um alarmante esvaziamento de serviços essenciais em áreas rurais.
A realidade é de clínicas vazias e sistemas de saúde sobrecarregados, que se esforçam para atender a demanda crescente com recursos cada vez mais limitados. Além disso, a carta de investimento na força de trabalho da saúde em África foi mencionada como um importante documento que reconhece a necessidade urgente de uma gestão eficaz da migração para mitigar o déficit de 6,1 milhões de profissionais de saúde previsto até 2030.
A resposta dos países africanos ao recrutamento internacional tem sido um chamado à ação, e as consultas da OMS buscam consolidar um caminho proativo para garantir que a saúde da população africana não seja comprometida pela perda de seus talentos. A saúde pública e o futuro dos sistemas de saúde africanos dependem de uma resposta unificada e eficaz para preservar os profissionais essenciais e atender às crescentes necessidades da população.
Origem: Nações Unidas