Guerra Comercial e Impactos no Setor Tecnológico: A Nova Era de Tarifas nos EUA
A nova administração de Donald Trump, que assumiu a presidência dos Estados Unidos em um momento de incertezas globais, já implementou mudanças que prometem agitar as cadeias de suprimento internacionais. Com novos impostos que chegam a até 145%, os efeitos se fazem sentir principalmente no setor tecnológico, profundamente conectado entre as potências norte-americana e chinesa.
Logo após a posse, Trump assinou o memorando “America First Trade Policy”, resultando em aumentos tarifários generalizados que afetaram até mesmo aliados como México e Canadá. Contudo, a principal mira do governo são as importações provenientes da China, onde as tarifas saltaram rapidamente de 10% para 145%, desencadeando o que muitos já chamam de uma nova guerra comercial tecnológica.
José Paredes, analista da IDC, destacou o impacto desastroso que essa escalada tarifária pode ter: “Uma escalada de tarifas pode romper cadeias de valor integradas. A interdependência entre Estados Unidos e China é muito clara, especialmente em componentes eletrônicos.” Os resultados foram imediatos, com o índice Nasdaq caindo 10% após a implementação das medidas, enquanto empresas como Apple e Tesla viram suas ações despencarem.
Diante das pressões, algumas gigantes da tecnologia, incluindo a Apple, não hesitaram em buscar isenções de tarifas. O CEO Tim Cook cultivou boas relações em Washington e conseguiu que produtos importantes como smartphones e laptops fossem excluídos da imposição tarifária de 125%. No entanto, a volatilidade persiste, com a nova ordem executiva 14316 prorrogando temporariamente a suspensão das tarifas.
No caso do Peru, o impacto tem sido moderado até o momento. A imposição de uma tarifa de 10% nas exportações para os EUA não resultou em medidas diretas sobre importações. Fernando Grados, da Dominio Consultores, comentou que muitos dos dispositivos vendidos no país vêm de outros locais, como México ou China, e o mercado peruano tem mostrado crescimento em diversas categorias tecnológicas.
À medida que a fragmentação tecnológica global se torna mais evidente, com os EUA vetando equipamentos de empresas como Huawei, e a China desenvolvendo sua própria infraestrutura digital, o cenário se torna cada vez mais complexo. Empresas como TSMC adaptam suas operações às novas realidades geopolíticas, enquanto a Apple busca reduzir sua dependência da China.
Com a aproximação do prazo de 1 de agosto, a tensão aumenta. Se as tarifas retornarem, as previsões indicam aumentos significativos nos preços de eletrônicos, questões que vão além da balança comercial e podem redefinir as regras do jogo no cenário econômico e tecnológico do século XXI. Os mercados permanecem atentos, cientes de que a situação pode mudar rapidamente a qualquer momento.