Em meio a crescentes tensões entre os Estados Unidos e a China, senadores de ambos os partidos enviaram uma carta ao CEO da NVIDIA, Jensen Huang, alertando-o sobre sua viagem ao país asiático. Eles instam Huang a evitar qualquer contato com entidades ligadas ao exército chinês ou que estejam sob sanções do governo americano.
A correspondência, assinada pelo senador republicano Jim Banks e pela senadora democrata Elizabeth Warren, foi divulgada pela agência Reuters. Os legisladores expressam preocupação de que a visita de Huang possa ser vista como uma validação de empresas chinesas envolvidas em práticas consideradas hostis aos interesses estratégicos dos EUA.
Huang, que já deveria estar em viagem à China, tem uma agenda não divulgada, mas suas movimentações não passaram despercebidas pelo Congresso, especialmente após as restrições do Departamento de Comércio sobre a exportação de chips avançados para o gigante asiático. Embora a NVIDIA tenha se adaptado às novas regulamentações, criando versões limitadas de seus chips para o mercado chinês, a empresa já enfrentou perdas significativas, estimadas em mais de 15 bilhões de dólares.
Os senadores alertam que a visita pode legitimar empresas que colaboram estreitamente com o exército chinês ou explorar brechas nas regras de exportação.
A NVIDIA, por meio de um porta-voz, respondeu enfatizando a importância da tecnologia americana no cenário global e o potencial do mercado chinês em desenvolvimento tecnológico. A empresa busca equilibrar suas operações comerciais com a conformidade às regulações e as tensões geopolíticas.
Com um aumento crescente de competidores chineses, a NVIDIA se vê diante do desafio de manter sua relevância no mercado de inteligência artificial, que é um dos maiores do mundo. A batalha geoestratégica em torno dos semicondutores e da inteligência artificial reflete a competição entre potências globais, onde decisões empresariais ganham cada vez mais nuances de política internacional.
Este caso evidencia a crescente interferência política nas operações de empresas tecnológicas e a necessidade de vigilância em relações comerciais com a China, em um cenário onde a tecnologia é vista como um ativo estratégico.