O Índice de Preços dos Alimentos da FAO permaneceu praticamente inalterado em agosto, registrando 130,1 pontos, ligeiramente acima dos 130,0 de julho. Embora a leve alta nos preços dos óleos vegetais tenha contrabalançado as quedas no açúcar e nos cereais, a FAO adverte que os preços permanecem altos em comparação com a média da última década, sem redução dos riscos à segurança alimentar global.
No que diz respeito aos cereais, o subíndice apresentou uma queda de 0,8% em relação a julho, com uma total de 105,6 pontos, e 4,1% em comparação a agosto do ano anterior. Essa diminuição deve-se a uma ampla oferta global de trigo e à menor demanda na Ásia e no Norte da África, impulsionada por colheitas maiores na União Europeia e na Rússia.
Os preços do milho, no entanto, aumentaram pelo terceiro mês consecutivo, em parte devido ao calor na Europa e ao aumento da demanda nos Estados Unidos. O arroz, por sua vez, teve uma queda de 2%, pressionado pela intensa concorrência entre exportadores.
A FAO também prevê um aumento na produção global de cereais para 2025, especialmente devido ao trigo e ao milho, com o Brasil se destacando na América do Sul com expectativas de safras recordes de milho e soja. Este desempenho impacta diretamente o comércio internacional, ajudando a equilibrar os estoques globais e a mitigar flutuações de preço durante um período de desafios nas cadeias de abastecimento.
Em relação ao comércio internacional de cereais, espera-se um crescimento de 1,4%, com revisões positivas nas importações de arroz em países como Bangladesh e Gana. No mesmo período, o Índice de Preços da carne subiu 0,6%, impulsionado pela demanda robusta da China e dos EUA, enquanto a carne de aves sofreu ligeiras baixas devido à oferta abundante vinda do Brasil.
Por fim, a FAO enfatiza que, apesar das previsões otimistas, a estabilidade dos preços internacionais não se traduz automaticamente em melhor acesso aos alimentos para os mais vulneráveis. Milhões de pessoas ainda enfrentam crises alimentares exacerbadas por conflitos e desigualdades no acesso a recursos. A organização considera crucial que os avanços em produtividade e comércio sejam acompanhados de políticas que garantam o acesso equitativo e sustentável aos alimentos.
Origem: Nações Unidas